Para a Huawei, quantas mais câmaras, melhor

A marca chinesa apresentou em Paris os novos P30, de novo a apostar na fotografia. Vão estar à venda em Portugal no dia 5 de Abril, a partir de 799 euros.

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Câmaras num telemóvel, “quantas mais melhor” – mas já não é só a quantidade, importa, acima de tudo, a qualidade do resultado final. É aí que a Huawei continua a apostar todas as fichas, aperfeiçoando a parceria que começou com a Leica em 2016 (com o modelo P9) e que agora ganha um novo reforço na série P30, apresentada esta terça-feira no Centro de Convenções de Paris.

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Câmaras num telemóvel, “quantas mais melhor” – mas já não é só a quantidade, importa, acima de tudo, a qualidade do resultado final. É aí que a Huawei continua a apostar todas as fichas, aperfeiçoando a parceria que começou com a Leica em 2016 (com o modelo P9) e que agora ganha um novo reforço na série P30, apresentada esta terça-feira no Centro de Convenções de Paris.

O P30 Pro tem quatro câmaras dispostas na vertical, o P30 tem “apenas” três. Estão equipados com novos sensores que captam 40% mais luz do que o modelo antecessor; além disso, o novo conjunto e o sistema de inteligência artificial permitiram aumentar a sensibilidade até ISO 409600. Na prática, o resultado é algo estranho, uma vez que a câmara capta mais do que aquilo que o olho humano consegue ver, sobretudo em ambientes com pouca (ou nenhuma) luz.

Mas não é só sensibilidade e cor e contraste: o P30 Pro traz também um zoom óptico de 5x, um sistema híbrido que aumenta a imagem dez vezes e um sistema digital capaz de ampliar a imagem até 50 vezes — com um nível de detalhe assinalável.

Os novos P30 dispõem de uma ecrã OLED de baixo consumo energético e têm escondidos (literalmente) o altifalante e um sensor de impressões digitais (uma solução idêntica ao rival S10 da Samsung), o que permite ter pouco espaço ocupado. Ou seja, a fluidez do ecrã é apenas interrompida por um pequeno ponto em forma de gota onde se instala a câmara frontal de 32MP.

Os novos Huawei também apresentam melhorias no vídeo, quer na sensibilidade, quer nas funções: o P30 pode gravar vídeo com duas câmaras ao mesmo tempo.

A bateria do P30 Pro tem uma capacidade de 4200 mAh e é reversível, ou seja, pode ser carregada sem fios e também carregar outros acessórios, independentemente da marca e modelo — em teoria, até uma escova de dentes eléctrica é capaz de alimentar. O modelo P30 tem uma bateria de 3650 mAh.

O sistema de carregamento rápido também foi melhorado, com o carregador de 40W (de origem) a proporcionar carga para um dia de utilização normal em poucos minutos.

Além dos telemóveis, a Huawei apresentou novos acessórios, onde se incluem um powerbank com 12000 mAh capaz de carregar o telemóvel sem fios (99 euros), novos auscultadores wireless em formato “colar” que se carregam pelo telemóvel e um outro modelo chamado FreeBuds (semelhantes na forma aos AirPods), resistentes à sujidade e água (119 euros).

O Huawei Watch GT tem novos acabamentos e funcionalidades, e foram anunciados uns “óculos inteligentes” feitos em parceira com a Gentle Monster que funcionam, para já, como uma forma alternativa de auscultadores (o preço não foi anunciado).

Por falar em preço, um que também ficou por conhecer: uma versão do P30 forrada a cristais Swarovski, a piscar o olho ao segmento de luxo.

Os novos telemóveis chegam a Portugal no dia 5 de Abril, com preços a começar nos 799 euros no modelo base P30 e 999 euros no modelo maior, o P30 Pro.

5G: o que é política fica na política

A presença e influência da Huawei na construção das redes 5G, a próxima geração de redes móveis, tem sido alvo de debate. O argumento da insegurança baseia-se na alegada ligação da Huawei ao Governo chinês e à cláusula legislativa que pode obrigar as empresas chinesas a divulgar informação. Os EUA baniram a empresa de fornecer equipamentos no país, numa posição que foi seguida por alguns outros países, mas que acabou por ser rejeitada na Europa.

O director comercial da Huawei Business Consumer em Portugal, Tiago Flores, entende que a Huawei se deve manter “fiel ao consumidor”, criar produtos inovadores e deixar de lado a política. “Os profissionais do sector têm de estar focados noutras coisas”, afirma. Em declarações ao PÚBLICO, Flores defende que “não existem factos” que sustentem as suspeitas e que por isso não vale a pena alimentar a “especulação”.

Além disso, a marca continua a crescer em Portugal. Sem avançar números, o director português diz que o P20 duplicou as vendas do antecessor, o P10. “A tecnologia vai ser mais relevante que as notícias que envolvem a Huawei”, sublinha Flores.

O PÚBLICO viajou a convite da Huawei