Advogados de Rui Pinto insistem no estatuto de whistleblower e recorrem da prisão preventiva

Defesa do hacker português considera que a decisão é "paradoxal" e carece de base legal.

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LUSA/RODRIGO ANTUNES

Os advogados que representam o pirata informático Rui Pinto, responsável pelo Football Leaks, criticaram nesta segunda-feira a decisão da justiça portuguesa de colocar o seu cliente em prisão preventiva, insistindo no estatuto de whistleblower que entendem que lhe deve ser reconhecido. Certo é que vão recorrer da decisão imposta pela juíza de instrução criminal. 

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Os advogados que representam o pirata informático Rui Pinto, responsável pelo Football Leaks, criticaram nesta segunda-feira a decisão da justiça portuguesa de colocar o seu cliente em prisão preventiva, insistindo no estatuto de whistleblower que entendem que lhe deve ser reconhecido. Certo é que vão recorrer da decisão imposta pela juíza de instrução criminal. 

Considerando desajustada a medida de coacção aplicada na passada sexta-feira, William Bourdon e Francisco Teixeira da Mota sustentam que há uma directiva da União Europeia que recomenda que “todos os Estados-membros melhorem o grau de protecção legal que garantem aos whistleblowers”. Nesse sentido, encaram esta decisão como “paradoxal”.

Em causa está o estatuto que protege os cidadãos que violam a lei em nome de um interesse geral que fica seriamente comprometido - no caso, através da divulgação pública de documentos privados.

Os advogados de Rui Pinto defendem que “não há base legal” para a prisão preventiva, já que nas conversas que o arguido manteve com a Doyen Sports “declinou voluntariamente qualquer transacção”, o que afasta o cenário de um crime de tentativa de extorsão.

De resto, Bourdon e Teixeira da Mota anunciam a total disponibilidade de Rui Pinto para colaborar com os procuradores europeus que queiram ouvi-lo na qualidade de testemunha e revelam que vão recorrer da prisão preventiva. “Estamos agora à espera que o tribunal o coloque sob supervisão para lhe permitir encontrar um emprego e reconstruir a vida com base nas ligações pessoais e familiares em Portugal”, acrescentam.