Escola neozelandesa muda código de vestuário para permitir hijabs depois dos ataques em Christchurch
As alunas da Diocesan School for Girls, em Auckland, na Nova Zelândia, poderão agora utilizar o hijab dentro das instalações da escola se assim o desejarem.
Uma escola privada da Nova Zelândia mudou o seu código de vestuário para permitir explicitamente o uso do <i>hijab</i> para quem desejar usá-lo. O anúncio foi feito esta quinta-feira pela instituição através da sua página do Facebook, uma semana depois do ataque às duas mesquitas em Christchurch onde 50 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas.
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Uma escola privada da Nova Zelândia mudou o seu código de vestuário para permitir explicitamente o uso do <i>hijab</i> para quem desejar usá-lo. O anúncio foi feito esta quinta-feira pela instituição através da sua página do Facebook, uma semana depois do ataque às duas mesquitas em Christchurch onde 50 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas.
“Após uma discussão cuidadosa e ponderada e depois de ouvida a comunidade, acreditamos que a revisão da nossa política de uniforme é apropriada. Somos uma escola compassiva e estamos sempre abertos à discussão com as nossas famílias e alunos. Existiram circunstâncias no passado onde a política foi alterada para reflectir considerações individuais e pastorais. Acreditamos que agora é o momento apropriado para mudar as nossas regras para que seja permitido o uso do hijab pelos nossos estudantes muçulmanos que desejem fazê-lo”, escrevem Andrew Peterson e Heather McRae, membro da administração e directora da escola, respectivamente, na publicação Diocesan School for Girls, em Auckland.
A mudança da política da escola aconteceu depois de a instituição ter autorizado os estudantes a usar os hijabs apenas durante um evento de solidariedade pelas vítimas de Christchurch. O anúncio provocou uma onda de indignação, principalmente por parte de ex-alunos que se manifestavam contra quaisquer restrições ao uso de hijabs. Pouco depois, numa publicação entretanto apagada, a directora da escola escrevia que “o uniforme foi criado para ajudar a criar uma sensação de união e família” e que embora o hijab não seja proibido, também “não faz parte do Código do Uniforme”.
Alunos e ex-alunos chegaram mesmo a elaborar uma petição (que angariou perto das 900 assinaturas) para que “as crenças religiosas fossem incluídas na política de uniforme da escola”, isto já depois do ataque e da direcção anunciar que só poderiam usar o hijab naquela celebração em concreto. Só depois desta petição é que a direcção anunciou a mudança, garantindo que até ali não tinham recebido nenhum pedido formal de qualquer aluno ou pai para usar o hijab, mas que este era um “momento apropriado para uma revisão”.
Depois do ataque às duas mesquitas, o povo neozelandês uniu-se em solidariedade para com a comunidade muçulmana. Menos de uma semana após o atentado terrorista, a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, confirmou que o Governo irá banir espingardas de assalto e semiautomáticas de estilo militar em todo o país.