A gigantesca Praça Tiananmen, epicentro de Pequim

O leitor Mário Menezes partilha a sua experiência na capital chinesa.

Fotogaleria

Pequim, capital da China. Megalópole moderna e funcional. Para o comum visitante, é uma cidade monumental. A maior parte dos dias ali passados circunscrevem-se às imediações da gigantesca e famosa, porque a sua História foi também escrita com sangue, Praça Tiananmen. Ali se concentram grande parte das atracções turísticas. O seu tamanho, arquitectura soviética, o aparato policial e militar provoca medo cénico ao visitante.

Controlo apertado nas entradas, onde polícias e militares, medindo cerca de 1,90m, ar sisudo, e muitos munidos de extintores, pois as auto-imolações são uma forma de protesto comum, inspeccionam os passaportes e revistam minuciosamente todos os visitantes. A cerimónia, consoante se trate do nascer ou do pôr do sol, o hastear ou o arriar da bandeira, para o qual os visitantes se juntam a observar, é uma manifestação de orgulho nacional, em frente da foto do Grande líder, Mao Tse Tung, fundador da República Popular da China.

Mao Tse Tung, cujo corpo está colocado num mausoléu, um edifício enorme. A visita não dura mais de dois minutos e são certamente os dois minutos mais intensos de qualquer viagem à China. Esperando numa longa fila, somos de novo minuciosamente revistados. Máquinas fotográficas não passam! Entrando por uma sala onde nos deparamos com uma gigantesca estátua de Mao Tse Tung, na posição sentado, e nós de pé nem lhe chegamos aos calcanhares. O povo faz vénias e deposita flores aos seus pés, num ambiente pesado, de total silêncio e respeito. Em seguida passamos por um corredor, ambiente escurecido, onde para lá de um vidro, a cerca cinco metros de distância, estão militares em posição de sentido, junto ao caixão de cristal que contém a múmia. Seguindo em fila sem tempo para parar, a experiência, sendo muito curta, é brutalmente aterradora.

A oeste fica o Museu Nacional, um dos maiores e mais impressionantes do mundo. Nele se conta a História milenar desta nação: o Neolítico, as guerras e revoluções, os imperadores e o regime do comunismo, desde a sua fundação até os nossos dias. Jamais esquecerei a pintura Nascer da Nova China, de quase 5 metros de altura e 17 metros de largura, com a imagem dos 63 membros fundadores do Partido Comunista Chinês encabeçados por Mao Tse Tung.

Do lado contrário fica o Grande Salão do Povo, que infelizmente não é visitável. Restam-nos as imagens que vemos na TV do seu gigantesco auditório principal. No centro da praça, o Monumento dos Heróis do Oovo, que tem 38 metros de altura, mas parece pequeno! No extremo sul, o Portão de Qianmen, que fez parte da muralha da cidade.

Saindo do perímetro da praça, atravessando a  Av. Chang'na, chegamos à Porta de Tiananmen, onde se encontra o quadro do Grande Líder.  Daqui, subindo, é possível observar a vista panorâmica, sobressaindo à nossa direita o Grande Teatro Nacional. O edifício que rivaliza com a Ópera de Sydney e é constituído por uma enorme cúpula de titânio.

Largos metros à frente, pela Portão Meridian chegamos à Cidade Proibida. Pu Yi, O último imperador, retratado no cinema por Bernardo Bertolucci, foi ali rodado. É encantador e inesquecível visitar a Cidade Proibida. Tal como foi ver ou rever esse filme. 9999 aposentos. Uma cidade dentro de outra cidade. A sala do trono, onde o filme tem a cena final, está longe de estar vazia como na tela. É o local mais fotografado, onde a multidão se amontoa para conseguir do lado de fora a melhor selfie, pois os tijolos do soalho são mais caros que ouro e não se podem pisar. Pu Yi  acabou os seus dias como jardineiro, possivelmente pelos jardins Imperiais, ali ao lado.

Para retemperar forças, nas imediações da Rua Qianmen, uma refeição rápida e ligeira, numa casa que serve os famosos dumplings cozidos em caixas redondas de madeira, que embebemos em vários molhos, acompanhados de uma saborosa sopa típica; mais tarde, ao jantar, o pato à Pequim. Será o coroar de um dia de férias perfeito.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Pequim, capital da China. Megalópole moderna e funcional. Para o comum visitante, é uma cidade monumental. A maior parte dos dias ali passados circunscrevem-se às imediações da gigantesca e famosa, porque a sua História foi também escrita com sangue, Praça Tiananmen. Ali se concentram grande parte das atracções turísticas. O seu tamanho, arquitectura soviética, o aparato policial e militar provoca medo cénico ao visitante.

Controlo apertado nas entradas, onde polícias e militares, medindo cerca de 1,90m, ar sisudo, e muitos munidos de extintores, pois as auto-imolações são uma forma de protesto comum, inspeccionam os passaportes e revistam minuciosamente todos os visitantes. A cerimónia, consoante se trate do nascer ou do pôr do sol, o hastear ou o arriar da bandeira, para o qual os visitantes se juntam a observar, é uma manifestação de orgulho nacional, em frente da foto do Grande líder, Mao Tse Tung, fundador da República Popular da China.

Mao Tse Tung, cujo corpo está colocado num mausoléu, um edifício enorme. A visita não dura mais de dois minutos e são certamente os dois minutos mais intensos de qualquer viagem à China. Esperando numa longa fila, somos de novo minuciosamente revistados. Máquinas fotográficas não passam! Entrando por uma sala onde nos deparamos com uma gigantesca estátua de Mao Tse Tung, na posição sentado, e nós de pé nem lhe chegamos aos calcanhares. O povo faz vénias e deposita flores aos seus pés, num ambiente pesado, de total silêncio e respeito. Em seguida passamos por um corredor, ambiente escurecido, onde para lá de um vidro, a cerca cinco metros de distância, estão militares em posição de sentido, junto ao caixão de cristal que contém a múmia. Seguindo em fila sem tempo para parar, a experiência, sendo muito curta, é brutalmente aterradora.

A oeste fica o Museu Nacional, um dos maiores e mais impressionantes do mundo. Nele se conta a História milenar desta nação: o Neolítico, as guerras e revoluções, os imperadores e o regime do comunismo, desde a sua fundação até os nossos dias. Jamais esquecerei a pintura Nascer da Nova China, de quase 5 metros de altura e 17 metros de largura, com a imagem dos 63 membros fundadores do Partido Comunista Chinês encabeçados por Mao Tse Tung.

Do lado contrário fica o Grande Salão do Povo, que infelizmente não é visitável. Restam-nos as imagens que vemos na TV do seu gigantesco auditório principal. No centro da praça, o Monumento dos Heróis do Oovo, que tem 38 metros de altura, mas parece pequeno! No extremo sul, o Portão de Qianmen, que fez parte da muralha da cidade.

Saindo do perímetro da praça, atravessando a  Av. Chang'na, chegamos à Porta de Tiananmen, onde se encontra o quadro do Grande Líder.  Daqui, subindo, é possível observar a vista panorâmica, sobressaindo à nossa direita o Grande Teatro Nacional. O edifício que rivaliza com a Ópera de Sydney e é constituído por uma enorme cúpula de titânio.

Largos metros à frente, pela Portão Meridian chegamos à Cidade Proibida. Pu Yi, O último imperador, retratado no cinema por Bernardo Bertolucci, foi ali rodado. É encantador e inesquecível visitar a Cidade Proibida. Tal como foi ver ou rever esse filme. 9999 aposentos. Uma cidade dentro de outra cidade. A sala do trono, onde o filme tem a cena final, está longe de estar vazia como na tela. É o local mais fotografado, onde a multidão se amontoa para conseguir do lado de fora a melhor selfie, pois os tijolos do soalho são mais caros que ouro e não se podem pisar. Pu Yi  acabou os seus dias como jardineiro, possivelmente pelos jardins Imperiais, ali ao lado.

Para retemperar forças, nas imediações da Rua Qianmen, uma refeição rápida e ligeira, numa casa que serve os famosos dumplings cozidos em caixas redondas de madeira, que embebemos em vários molhos, acompanhados de uma saborosa sopa típica; mais tarde, ao jantar, o pato à Pequim. Será o coroar de um dia de férias perfeito.

Mário Menezes