70% das supressões deveu-se a avarias
No ano passado, das 970 carreiras da Transtejo suprimidas em 2018, 651 deveu-se a avarias nos barcos.
Das 970 carreiras da Transtejo suprimidas em 2018, 651 deveu-se a avarias nos barcos. Os dados são da administração da Transtejo-Soflusa e foram fornecidos ao Parlamento no final do ano passado.
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Das 970 carreiras da Transtejo suprimidas em 2018, 651 deveu-se a avarias nos barcos. Os dados são da administração da Transtejo-Soflusa e foram fornecidos ao Parlamento no final do ano passado.
A segunda causa de supressões foi insuficiência da frota (88 casos) e em seguida o mau tempo (79). Destes números, foram retirados os casos de interrupção de ligações por causa do abatimento excepcional do piso na estação fluvial de Belém.
Comparando com o ano de 2017, verifica-se que os casos de avarias mais do que duplicaram (foram 273).
Na Soflusa, o panorama é idêntico. No ano passado, mais de metade das supressões de carreiras (154 em 295) aconteceu devido a avarias nos barcos. A segunda causa para a interrupção nas ligações fluviais foi a existência de greves ou plenários (55 casos). Em comparação com o ano anterior, a situação da Soflusa melhorou pois em 2017 houve 1046 supressões por falta de barcos.
Para os habitantes na zona de Lisboa e Margem Sul que diariamente precisam de atravessar o Rio Tejo, estas supressões são um drama. Desde o ano passado que aguarda discussão na Assembleia da República uma petição que pede o reforço da oferta de barcos entre Lisboa e o Seixal e o Montijo. “Apesar do anúncio de 10 milhões de euros para a recuperação da frota em 2017, a verba foi manifestamente insuficiente fruto do desinvestimento verificado nos últimos anos”, lê-se no texto da petição que teve 4294 assinaturas e que pede “verbas para reparação e renovação da frota” bem como “transporte regular com horários alargados”.
No final de Dezembro voltou a haver supressão de ligações, que originou protestos por parte dos utentes. Indignados, vários passageiros invadiram literalmente um barco na ligação Seixal-Lisboa, tendo depois disso a administração da Transtejo decidido desviar uma embarcação que fazia a ligação Lisboa-Cacilhas para o trajecto Lisboa-Seixal.
Em 2018, a Transtejo e a Soflusa registaram 2.500 reclamações de passageiros, num ano marcado pela contestação dos utentes, devido a atrasos e supressões, e em que a frota registou uma taxa de operacionalidade de 55%. Numa resposta enviada à agência Lusa, fonte das empresas (geridas pela mesma administração) referiu que, até 19 de Dezembro, tinham entrado nos serviços 2.500 reclamações, sem, contudo, especificar os motivos das mesmas.