Procuram-se Alter Nativas sustentáveis prontas a filmar em Espanha e Portugal
Com Alter Nativas, Juan del Río e Agustí Corominas querem mostrar que os projectos comunitários são a chave para a crise ambiental mundial. Para financiar o documentário estão à procura de donativos através de uma campanha de crowdfunding.
Mudar o mundo a partir dos mais pequenos palcos da sociedade: o documentário Alter Nativas quer mostrar que é possível construir um futuro sustentável a partir de projectos locais em Espanha e Portugal. Para isso, está à procura de financiamento através de uma campanha de crowdfunding.
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Mudar o mundo a partir dos mais pequenos palcos da sociedade: o documentário Alter Nativas quer mostrar que é possível construir um futuro sustentável a partir de projectos locais em Espanha e Portugal. Para isso, está à procura de financiamento através de uma campanha de crowdfunding.
As primeiras ideias apareceram “há quase quatro anos”, quando Juan del Río fazia parte de um colectivo de combate às alterações climáticas em Cardedeu, perto de Barcelona. Entretanto, tomou conhecimento de outros grupos similares nas localidades vizinhas. Assim, em 2018, associou-se ao realizador Agustí Corominas e juntos começaram a trabalhar na produção de Alter Nativas. O projecto documental pretende “dar visibilidade a experiências transformadoras, com exemplos que inspirem as pessoas a agir”, revela o biólogo e activista espanhol. “Existem alternativas, existem opções.”
Em conversa com o P3, Juan del Río diz que a longa-metragem, com cerca de hora e meia, quer apresentar “12 a 15 iniciativas”, o “mais diversas possível”, nas áreas da alimentação, energia, economia, educação e também de âmbito governamental. “Não queremos gravar as iniciativas de maneira sectorizada porque acabam sempre por se focar em vários âmbitos”, diz. Ou seja, a câmara de filmar vai apontar para experiências espanholas e portuguesas, ora “mais rurais”, ora “mais urbanas”, dentro de áreas diferentes, mas sempre com o mesmo propósito: promover um futuro sustentável.
Já foram realizadas algumas filmagens, mas a intenção é gravar o documentário entre Maio e Setembro deste ano, para que seja divulgado no início de 2020. Até à data, a equipa produtora já abordou vários projectos em Espanha, como a rede de moeda social Puma, em Sevilha, ou a cooperativa de energia renováveis Som Energia, de Girona. Em Portugal, Juan falou para já com os impulsionadores do documentário É P’ra Amanhã. O biólogo admite que quer encontrar mais ideias portuguesas, uma vez que “ainda não estão definidas” quais vão participar no trabalho. Espera que, no final, este projecto acabe por promover sinergias: “Como estamos a contactar com muita gente, com muitas redes, com muitas organizações e pessoas, estamos a criar uma comunidade.”
Através de uma campanha de crowdfunding, lançada a 13 de Março, quem quiser pode ajudar a financiar o projecto com donativos entre as 15 e os 500 euros — e receber as respectivas recompensas. O objectivo, numa primeira fase, é atingir os 16 mil euros até 21 de Abril. “Se chegarmos a esse mínimo, então a campanha continuará aberta mais 40 dias e veremos até onde chegamos. Tudo o que conseguirmos é bem-vindo”, sublinha Juan del Río. O documentário conta ainda com o apoio da vertente espanhola da Rede de Transição e da publicação Soberanía Alimentaria.
Antes deste projecto, já Juan del Río se dedicava há mais de 12 anos às causas a favor do desenvolvimento sustentável. Coordenador da Rede de Transição em Espanha e autor de vários artigos e do livro Guia do Movimento de Transição, o activista considera-se um educador para a sustentabilidade. O trabalho reflecte-se no seu dia-a-dia: “O que me dá de comer é o meu modo de vida também. Não poderia ser de outra maneira.”