Nova Zelândia vai proibir armas de estilo militar a partir de Abril

A primeira-ministra neozelandesa, cuja liderança está a ser elogiada em todo o país, confirmou que a reforma legal vai avançar e proibiu a venda das armas usadas.

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Jacinda Arden prometeu que iria avançar com uma reforma de armas horas após o ataque Reuters/Edgar Su

A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, confirmou esta quinta-feira que o Governo irá banir espingardas de assalto e semiautomáticas de estilo militar em todo o país. A alteração legislativa acontece menos de uma semana após o atentado terrorista contra duas mesquitas de Christchurch, que causou 50 mortos. A nova lei deverá entrar em vigor a 11 de Abril.

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A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, confirmou esta quinta-feira que o Governo irá banir espingardas de assalto e semiautomáticas de estilo militar em todo o país. A alteração legislativa acontece menos de uma semana após o atentado terrorista contra duas mesquitas de Christchurch, que causou 50 mortos. A nova lei deverá entrar em vigor a 11 de Abril.

“A 15 de Março a nossa história mudou para sempre. Agora, as nossas leis também vão mudar”, assinalou a primeira-ministra, durante uma conferência de imprensa. “Estamos a anunciar uma acção em nome de todos os neozelandeses para fortalecer as nossas leis de armas e tornar o nosso país mais seguro.” 

“Acredito que esta é uma medida que será consensual entre neozelandeses, de quem tem armas legais e daqueles que nunca tocaram numa. O tempo em estas armas se obtêm com facilidade tem de acabar. E acaba hoje”, vincou a primeira-ministra.

Além das espingardas de assalto e semiautomáticas, Jacinda Ardern anunciou também a proibição de venda de carregadores de alta capacidade e outros dispositivos usados para converter armas convencionais em semi-automáticas.

“Em suma, todas as armas semi-automáticas usadas no ataque terrorista de sexta-feira serão proibidas neste país”, afirmou a primeira-ministra, dias depois de prometer a reforma da lei.

Dados citados pelo Governo da Nova Zelândia apontam para a existência de entre 1,2 a 1,5 milhões de armas de fogo numa população de 5 milhões de pessoas. A primeira-ministra pediu às autoridades para desenvolver um esquema para adquirir essas armas a troco de “uma compensação razoável e justa”.

A decisão e liderança da primeira-ministra está a merecer elogios à escala internacional. Uma das vozes é a da congressista democrata norte-americana, Alexandria Ocasio-Cortez. “O massacre de Sandy Hook aconteceu há seis anos e ainda não conseguimos que o Senado vote na verificação de cadastro da HR8. 

Também o senador democrata e candidato presidencial Bernie Sanders elogiou a acção da primeira-ministra.

Ainda antes de a primeira-ministra anunciar a reforma legislativa, muitos neozelandeses já tinham começado a entregar, voluntariamente, as armas de fogo que tinham em casa.

As autoridades continuam a pedir aos proprietários de armas de fogo que registem online as armas a dar baixa.

“O primeiro passo é encorajar as pessoas a fazê-lo de forma voluntária”, sublinhou Mike Bush, responsável da polícia neozelandesa. “Tenho a certeza que a maioria das pessoas o irá fazer.”

Jacinda Arden vinca que esta primeira reforma irá responder às situações mais críticas e urgentes. Na próxima segunda-feira serão reveladas mais estratégias relacionadas com o licenciamento, registo e armazenamento de armas.