Alemanha quer continuar a atrair turistas à boleia da natureza e dos 100 anos da Bauhaus
Duzentos mil quilómetros de trilhos pedestres, 200 rotas de ciclismo de longo curso e muitas actividades aquáticas. A isto junta-se a inauguração de dois museus dedicados a uma das mais arrojadas experiências nos campos da arquitectura e do design do século XX. Vai ser assim o Verão na Alemanha.
Enquanto continua a consolidar o seu lugar como um dos principais destinos culturais da Europa, a Alemanha aposta no turismo de natureza. É por isso que algumas das iniciativas previstas para as comemorações do centenário da Bauhaus e o programa Cidades de Verão Alemãs estiveram entre os destaques da conferência de imprensa em que Ulrike Bohnet, directora ibérica do Turismo da Alemanha, apresentou esta quarta-feira os resultados de 2018 e revelou as apostas para os meses quentes que aí vêm.
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Enquanto continua a consolidar o seu lugar como um dos principais destinos culturais da Europa, a Alemanha aposta no turismo de natureza. É por isso que algumas das iniciativas previstas para as comemorações do centenário da Bauhaus e o programa Cidades de Verão Alemãs estiveram entre os destaques da conferência de imprensa em que Ulrike Bohnet, directora ibérica do Turismo da Alemanha, apresentou esta quarta-feira os resultados de 2018 e revelou as apostas para os meses quentes que aí vêm.
Segundo o relatório 2018 da IPK, consultora internacional que se especializou no tratamento de dados turísticos, a Alemanha registou em 2018 quase 90 milhões de dormidas de estrangeiros, um número que representa um crescimento de 4,5% em relação a 2017 (há nove anos consecutivos que bate recordes de visitantes). E se é verdade que há quem procure o país por causa dos seus parques naturais ou dos desportos de Inverno, certo é que mais de 60% dos europeus o fazem por motivos culturais.
Entre os turistas portugueses, o mercado alemão tem vindo a ganhar notoriedade, sobretudo desde 2012, garantiu Ulrike Bohnet aos jornalistas, falando de um crescimento de quase 70% nas dormidas de 2011 para 2018 (de 290 mil para 484 mil) e esperando que 2019 seja o ano em que se ultrapassará a barreira do meio milhão. Embora não tenham sido divulgados dados quanto ao que os motiva a querer visitar o país, não há dúvidas de que a Baviera e Berlim são os destinos que os portugueses favorecem (70% das dormidas).
“As cidades continuam a concentrar a procura, mas a Alemanha tem muito mais para oferecer para além dos grandes centros urbanos”, disse Bohnet, procurando justificar o investimento nos pacotes ligados à natureza ao lembrar que quase metade da superfície do país (48%) é área protegida. Um número impressionante a que se juntam outros: 16 parques nacionais, 15 reservas da biosfera da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), 100 parques naturais, 200 mil km de trilhos pedestres, 200 rotas de ciclismo de longo curso (70 mil km no total) e um terço da sua área coberta por floresta.
Na cultura, e sem perder de vista o centenário da mítica Bauhaus, a escola fundada por Walter Gropius no pós-Primeira Guerra que viria a transformar-se num sinónimo de modernidade e é consensualmente considerada uma das mais arrojadas experiências no domínio da arquitectura e do design do século XX, está prevista, até ao final do Verão, a inauguração de dois museus.
Dentro de pouco mais de duas semanas abre em Weimar, cidade onde nasceu a escola e onde funcionou nos primeiros seis dos 14 anos que viria a durar, um edifício desenhado por Heike Hanada e que mostrará a mais antiga colecção de objectos da Bauhaus. A 9 de Setembro é a vez do de Dessau — sua segunda sede, entre 1925 e 1931, período de apogeu. Será a nova casa do maior acervo de peças criadas nesta esfera de modernidade das primeiras décadas do séculos XX, pertencente à Fundação Bauhaus.
Em Berlim, cidade onde a escola se fixou até fechar por pressão do regime nazi, será preciso esperar até ao próximo ano para ver como ficou depois de remodelada a Galeria Nacional que Mies van der Rohe, arquitecto alemão que viria a radicar-se nos Estados Unidos, projectou e que em 2018 fez 50 anos. O projecto de restauro e renovação deste espaço que guarda a colecção de arte moderna e pós-moderna da cidade, encerrado para o efeito desde 2015, é da responsabilidade do britânico David Chipperfield.