O primeiro restaurante subaquático da Europa
Fica numa “pontinha da Noruega”, será também um recife artificial e é já um sucesso: está esgotado quase até final do ano. A refeição de 18 pratos custa 380 euros.
Ao primeiro olhar, este novo restaurante norueguês pode confundir: o Under parece ondular, lembrando-nos algo – entre uma rocha e um gigantesco submarino, um icebergue ou uma casa a deslizar para dentro do mar. Visto de cima, pode até parecer uma baleia. Tudo depende da perspectiva, sendo certo que o primeiro restaurante subaquático da Europa pretende mesmo confundir-nos os sentidos, além de nos submergir no mar e nas suas maravilhas. Não é em vão que o nome de baptismo escolhido tem duplo sentido em norueguês: além de Under, como em inglês, ter o sentido de “debaixo”, também significa “maravilha”.
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Ao primeiro olhar, este novo restaurante norueguês pode confundir: o Under parece ondular, lembrando-nos algo – entre uma rocha e um gigantesco submarino, um icebergue ou uma casa a deslizar para dentro do mar. Visto de cima, pode até parecer uma baleia. Tudo depende da perspectiva, sendo certo que o primeiro restaurante subaquático da Europa pretende mesmo confundir-nos os sentidos, além de nos submergir no mar e nas suas maravilhas. Não é em vão que o nome de baptismo escolhido tem duplo sentido em norueguês: além de Under, como em inglês, ter o sentido de “debaixo”, também significa “maravilha”.
Propriedade de dois irmãos que têm um hotel próximo, o restaurante, cujo espaço também será usado para pesquisas marinhas, localiza-se em Båly, Lindesnes, numa “pontinha da Noruega” no mar do Norte, nascendo de um projecto de arquitectura assinado pelo atelier Snoehetta – responsável por obras icónicas pelo país e pelo mundo, casos da Ópera de Oslo, a Biblioteca Alexandrina no Egipto ou o museu do memorial 9.11 em Nova Iorque.
“O fascínio é este movimento”, o de “passarmos de sobre a água para sob a água através do edifício”, comentou à Reuters o arquitecto Kjetil Traedal Thorsen, chefe do Snoehetta. “A grande janela mostra a água e não é como num aquário – é real” (em grande panorâmica de onze metros de comprimento por quatro de altura).
Para quem pode ficar preocupado com a segurança do edifício, particularmente em período invernoso e de mar bravio ou tempestades, Thorsen garante que está preparado para todo o tipo de mau tempo: pode até aguentar, sublinha, “a onda do século”. E isto que, lê-se no resumo do projecto no site dos arquitectos, a construção está localizada precisamente na “pontinha” onde “as tempestades marítimas do norte e sul se cruzam”. Uma “confluência única”, onde, além dos “cenários dramáticos”, há uma “abundante biodiversidade”.
No seu corpo monolítico de 495 metros quadrados, com 34 metros de comprimento e que mergulha no mar até cinco metros sob a superfície, assentando no fundo do mar, é, todo ele, “um tributo à vida selvagem marinha e à costa rochosa” do Sul da Noruega”, dizem. Para mais, todo o projecto está concebido para se “integrar com o ambiente” e acabar por se tornar “um recife artificial”.
Ao entrarem, os visitantes, refere a Reuters, terão a sensação de terem entrado numa sauna: além do aquecimento, o piso superior é corrido a placas de madeira. Segue-se uma escadaria de oito metros até à sala de refeições. Esta é envidraçada e preparada para 40 comensais (mas pode ir até 100) ficarem rodeados pelo mar e sentirem-se a comer entre os peixes. O projecto está também concebido de modo a limitar ao máximo os reflexos na parede de vidro, de forma a receber o máximo de luz natural durante o dia, filtrada pelas águas do oceano.
O restaurante abre em Março mas só para a família proprietária e os amigos, ou não fosse propriedade de uma dupla familiar, os irmãos Stig e Gaute Ubostad, donos do vizinho Rosfjord Strandhotell, um hotel que, diz-se no site do mesmo, pertence à mesma família há cinco gerações. Os manos têm também um hotel mais moderno perto do novo restaurante, o Lindesnes Havhotell, e o objectivo é criarem pacotes turísticos que aliem o hotel e a experiência do restaurante, destinado, obviamente, à fama mundial. “Vamos atrair turistas de todo o mundo”, dizem os Ubostad no site do Turismo da Noruega.
Para já, o Under, com abertura em Abril, é um êxito estrondoso: antes de abrirem, já tinham mais de sete mil reservas. E isto até finais de Setembro, já que ainda não tinham sido disponibilizadas reservas para depois deste mês (entretanto abriram para meses posteriores). Quem quiser tentar a sorte no fim do Verão, apesar de o restaurante estar esgotado, poderá aceder ao site e inscrever-se na lista de espera.
Quanto à cozinha, esta deverá basear-se em ingredientes locais e (surpresa) peixe e marisco – além de cabras selvagens ou até pássaros marinhos –, sendo que o menu proposto inclui 18 pratos a cerca de 380 euros por pessoa (3700 coroas norueguesas). O reputado chef Nicolai Ellitsgaard Pedersen, que comanda um célebre restaurante norueguês, o Måltid, é o responsável pela gastronomia do Under. O detalhe: “Infelizmente, não estamos capacitados para fornecer dietas vegan ou vegatarianas”.