Escritor Kalaf Epalanga convidado da Festa Literária de Paraty no Brasil

Também os brancos sabem dançar é o seu único livro publicado no Brasil, onde foi editado pela Todavia em Maio do ano passado.

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Kalaf Epalanga NFS - NUNO FERREIRA SANTOS

 O escritor angolano Kalaf Epalanga vai participar como autor convidado na 17.ª Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), que decorre de 10 a 14 de Julho, naquela cidade brasileira, anunciou a organização.

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 O escritor angolano Kalaf Epalanga vai participar como autor convidado na 17.ª Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), que decorre de 10 a 14 de Julho, naquela cidade brasileira, anunciou a organização.

Kalaf Epalanga é a terceira presença confirmada na FLIP, um dos principais festivais literários do Brasil, depois de confirmados os nomes da ensaísta brasileira Walnice Nogueira Galvão e da escritora norte-americana Kristen Roupenian.

Kalaf Epalanga, de 40 anos, vive entre Lisboa e Berlim, é conhecido como “poeta-cantor” e fez parte da banda Buraka Som Sistema — actualmente em hiato —, “responsável por fazer as sonoridades africanas do kuduro e da kizomba ecoarem pelo mundo”, destaca a organização da FLIP.

São as histórias desses ritmos que conduzem a narrativa do seu terceiro livro, Também os brancos sabem dançar, editado em Portugal pela Caminho e o único publicado no Brasil (em Maio de 2018 pela Todavia), que aborda a imigração africana na Europa.

Kalaf Epalanga tem uma prosa deliciosa, cujo ritmo parece conter toda sua capacidade musical. Ele faz uma ficção que aborda, além da história da música que ele ajudou a levar para o mundo, temas importantes como identidade, imigração africana em Portugal, e a condição da Europa hoje. Além de tudo isso, tem uma relação afectiva e formativa com a cultura brasileira”, afirma Fernanda Diamant, curadora do Programa Principal.

O romance Também os brancos sabem dançar nasceu de um encontro literário no festival Back to Black, que aconteceu no Rio de Janeiro, em 2015.

Ao ouvir Epalanga contar à plateia a história do kuduro, o escritor José Eduardo Agualusa — seu conterrâneo — sugeriu-lhe que escrevesse a biografia daquele género musical.

No regresso a Lisboa, e inspirado por Carnaval no Fogo, de Ruy Castro, o escritor deu início à obra, que mistura autobiografia e ficção.

Kalaf Epalanga publicou ainda os livros de crónicas Estórias de amor para meninos de cor, editado em 2011, e O angolano que comprou Lisboa (por metade do preço), editado em 2014, ambos pela editorial Caminho.

O escritor brasileiro Euclides da Cunha (1866-1909), sociólogo, autor de Os Sertões, que foi correspondente de O Estado de São Paulo (1896-1897), é o homenageado da 17.ª edição da FLIP.