Jogar na consola ou no PC? Até pode ser no telemóvel, diz Google

Empresa revelou o Stadia, um serviço de streaming de videojogos que tem o lançamento previsto para este ano.

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O responsável do Stadia, Phil Harrison, durante a apresentação Reuters/STEPHEN LAM

O Google apresentou uma plataforma que permitirá jogar videojogos em vários tipos de dispositivo – como computadores, telemóveis, tablets e televisões conectadas –, usando a gigantesca infra-estrutura de servidores da empresa para disponibilizar o conteúdo através da Internet.

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O Google apresentou uma plataforma que permitirá jogar videojogos em vários tipos de dispositivo – como computadores, telemóveis, tablets e televisões conectadas –, usando a gigantesca infra-estrutura de servidores da empresa para disponibilizar o conteúdo através da Internet.

A nova plataforma chama-se Stadia e será lançada este ano, anunciou o Google nesta terça-feira, durante a Game Developers Conference, um evento do sector. A empresa não adiantou uma data concreta, nem preços para acesso ao serviço, dizendo apenas que será lançada “em países seleccionados”, entre os quais “a maioria da Europa”.

O Stadia vai permitir aos utilizadores jogarem em vários ecrãs, desde que tenham uma ligação à Internet, deixando de estar dependentes das características técnicas dos equipamentos para correrem jogos (embora seja necessária uma ligação rápida). O conteúdo é transmitido em streaming, sem necessidade de ser descarregado, num serviço que rapidamente começou a ser descrito como um “Netflix dos videojogos”.

O sistema representa uma mudança face ao paradigma dos jogos para consola e computador, que muitas vezes requerem processadores e placas gráficas de elevado desempenho para poderem ser corridos. Mas a ideia de disponibilizar jogos em streaming não é única e também já está a ser posta em prática pelos fabricantes de consolas.

No Stadia, os jogadores poderão começar um jogo num dispositivo, como o computador, e continuar a jogar noutro, como um telemóvel Android ou uma televisão com Chromecast, um aparelho do Google que permite ligar a televisão à Internet.

O Google revelou também um comando sem fios, semelhante a um comando de consola, que não será obrigatório para utilizar o serviço. O comando inclui um microfone (usado, por exemplo, para os jogadores comunicarem em jogos multi-jogador), bem como entrada para auriculares. Integra ainda o Assistant, a tecnologia de assistente virtual do Google, e tem um botão que permite ao jogador transmitir em vídeo o jogo no YouTube, seja para um grupo restrito, ou para todos os que queiram assistir. Os jogadores, porém, poderão recorrer a um rato e teclado, ou aos ecrãs sensíveis ao toque dos seus dispositivos.

A empresa pretende usar a popularidade do YouTube, onde muitos utilizadores já vêem vídeos de outras pessoas a jogar, para promover o Stadia. No final de um trailer de um jogo, por exemplo, o utilizador terá a opção de o jogar, clicando apenas num botão.

O Stadia é aposta do Google para um mercado em crescimento e que já está a eclipsar outras indústrias de conteúdos. O sector facturou perto de 138 mil milhões de dólares (121 mil milhões de euros) em 2018, segundo a analista de mercado Newzoo. O valor inclui jogos físicos comprados em lojas, jogos para telemóveis descarregados de lojas de aplicações, e jogos online para computador – e é quase nove vezes superior às receitas do sector da música.

Para além de pretender disponibilizar jogos de outras empresas, o Google anunciou a criação do seu próprio estúdio, que trabalhará em títulos exclusivos para a nova plataforma. É liderado por Jade Raymond, executiva com experiência nas editoras Electronic Arts e Ubisoft.

O único jogo anunciado para o Stadia foi Doom Eternal, o próximo título da série Doom, que nos anos 1980 popularizou o género de first person shooter, no qual o jogador tem uma visão de primeira pessoa.

O anúncio foi feito após o Google ter feito um teste em que permitiu a algumas pessoas jogarem Assassin’s Creed Odyssey, um popular jogo com gráficos complexos, no navegador Chrome e sem necessidade de qualquer download.