Mesquita Nunes vai para a Galp, mas mantém-se à frente do programa eleitoral e comprometido com o CDS
Saída de vice-presidente está a ser vista como um afastamento que inibe potencial candidatura à liderança.
Adolfo Mesquita Nunes demitiu-se da vice-presidência do CDS-PP, na sequência do anúncio de que foi escolhido para administrador não executivo da Galp, mas vai manter-se como coordenador do programa eleitoral do partido. A demissão do cargo está a ser vista como uma decisão que hipoteca a possibilidade de vir a ser candidato à liderança do CDS-PP num futuro próximo.
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Adolfo Mesquita Nunes demitiu-se da vice-presidência do CDS-PP, na sequência do anúncio de que foi escolhido para administrador não executivo da Galp, mas vai manter-se como coordenador do programa eleitoral do partido. A demissão do cargo está a ser vista como uma decisão que hipoteca a possibilidade de vir a ser candidato à liderança do CDS-PP num futuro próximo.
Assunção Cristas ainda está a ponderar se substitui Adolfo Mesquita Nunes na vice-presidência do partido ou se mantém apenas os outros dois pares: Cecília Meireles e Nuno Melo. O certo é que a saída de Adolfo Mesquita Nunes vai concretizar-se em Abril e está a ser lida como um afastamento de um dirigente que era visto como um potencial candidato à liderança do partido.
Na rede social Facebook, o centrista reafirma “um compromisso com o CDS, e com esta liderança” de que se diz orgulhar. Na mensagem em que publicou uma fotografia ao lado de Assunção Cristas, Mesquita Nunes refere que o seu projecto de vida “não passa por uma dedicação exclusiva ou profissional ou preferencial à política”, mas esclarece que a sua casa política se vai manter. “O meu partido é o CDS. A minha história está no CDS. E o meu caminho acompanha o do CDS”, lê-se na nota.
A decisão de aceitar o convite para a empresa surpreendeu os dirigentes centristas. Só dias depois de o seu nome ser anunciado como futuro administrador não executivo na Galp (depois de ter sido criticado por comentadores do espaço de centro-direita) é que Mesquita Nunes apresentou a sua demissão do cargo de dirigente nacional. Oficialmente, a justificação que era dada para se manter como vice-presidente é que não havia incompatibilidade entre os dois cargos, já que Mesquita Nunes é jurista e não é deputado nem exerce cargos públicos. Há quem veja esta posição como um erro de avaliação das reacções públicas ao convite para integrar o conselho de administração da Galp.
Internamente, a tendência Esperança em Movimento, corrente do CDS, veio saudar a decisão de Mesquita Nunes de abandonar a vice-presidência do partido. “Batemo-nos por um CDS-PP onde não exista promiscuidade entre interesses económicos e o poder político”, lê-se no comunicado divulgado duas horas depois de ser conhecida a demissão.
Na prática, ao manter-se como coordenador do programa eleitoral, Adolfo Mesquita Nunes vai continuar a ter uma palavra a dizer na estratégia do CDS até porque o dirigente é visto como um dos principais “ideólogos” de Assunção Cristas. Agora, deixa a representação institucional do partido. Resta saber se este é um caminho sem regresso.