Macron afasta chefe da polícia de Paris e aperta o cerco aos “coletes amarelos”
Governo francês proíbe protestos nos bairros mais afectados e ameaça banir movimento se forem identificados indivíduos e grupos violentos e radicais entre os manifestantes.
Na ressaca do 18º fim-de-semana seguido de protestos dos “coletes amarelos” em França e face às cenas de vandalismo e violência urbana registados em Paris no sábado, o Governo francês decidiu avançar para medidas mais drásticas para conter os tumultos. O chefe da polícia da capital francesa foi demitido e, na sequência de uma reunião com o Presidente Emmanuel Macron, o primeiro-ministro Édouard Philippe anunciou a proibição dos protestos nos bairros mais afectados pela violência.
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Na ressaca do 18º fim-de-semana seguido de protestos dos “coletes amarelos” em França e face às cenas de vandalismo e violência urbana registados em Paris no sábado, o Governo francês decidiu avançar para medidas mais drásticas para conter os tumultos. O chefe da polícia da capital francesa foi demitido e, na sequência de uma reunião com o Presidente Emmanuel Macron, o primeiro-ministro Édouard Philippe anunciou a proibição dos protestos nos bairros mais afectados pela violência.
E assegurou que o movimento pode vir a ser banido caso sejam identificados elementos de grupos radicais entre os manifestantes.
“A partir do próximo sábado, e sempre que for necessário, proibiremos os protestos dos que se dizem chamar ‘coletes amarelos’ nos bairros mais afectados e a partir do momento em que tenhamos conhecimento da presença de grupos radicais e da sua vontade de causar distúrbios”, afiançou o chefe do Governo, num comunicado televisivo. Entre os bairros referidos por Philippe constam os Campos Elísios, em Paris.
Nascidos de uma manifestação contra o aumento do preço dos combustíveis, em Novembro do ano passado, os Coletes Amarelos transformaram-se rapidamente num movimento de protesto generalizado contra a política social e fiscal de Macron. No final do ano passado protagonizaram alguns dos protestos mais violentos, mas nas últimas semanas tinha reduzindo tanto o ímpeto com a adesão.
Para além de ter feito algumas promessas de carácter social, Macron iniciou a 15 de Janeiro um “grande debate” a nível nacional, para ouvir os franceses e perceber as suas preocupações e reivindicações.
Este sábado, porém, Paris voltou a ser palco de actos de violência urbana extrema, numa resposta das facções mais violentas dos “coletes” aos últimos dias da iniciativa promovida pelo Presidente. Entre as 10 mil pessoas que protestaram na capital – de um total de 32 mil em todo o país – destacou-se um grupo de cerca de 1500 manifestantes, encapuçados, que saqueou lojas, vandalizou restaurantes e outros estabelecimentos comerciais, e levou adiante uma tentativa de fogo posto.
O caos em Paris levou o Governo a prescindir dos serviços de Michel Delpuech, o responsável pela polícia daquela cidade, substituindo-o por Didier Lallement. Édouard Philippe assegura que não é uma mudança de planos ou de estratégia, mas uma “reorganização” dos meios disponíveis para lidar com a violência de um movimento que está a manchar a presidência de Macron.