Parlamento aprova o 19.º voto sobre a situação na Venezuela

Comunistas viram ser chumbado pela oitava vez um voto seu que defende o regime de Nicolás Maduro. Voto do CDS aprovado apela à permissão de entrada da ajuda humanitária no país.

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LUSA/RAYNER PENA

Os deputados do PS e da direita aprovaram nesta sexta-feira o 19.º voto sobre a situação política, social e económica na Venezuela. Desta vez foi um voto proposto pelo CDS de “preocupação e condenação pelo agravamento da situação” daquele país da América Latina. E ficou pelo caminho um outro do PCP, de “condenação da provocação e ataques contra a República Bolivariana da Venezuela e de solidariedade com o povo venezuelano e com a comunidade portuguesa”.

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Os deputados do PS e da direita aprovaram nesta sexta-feira o 19.º voto sobre a situação política, social e económica na Venezuela. Desta vez foi um voto proposto pelo CDS de “preocupação e condenação pelo agravamento da situação” daquele país da América Latina. E ficou pelo caminho um outro do PCP, de “condenação da provocação e ataques contra a República Bolivariana da Venezuela e de solidariedade com o povo venezuelano e com a comunidade portuguesa”.

Através do voto do CDS aprovado, o Parlamento português manifesta a sua “profunda consternação pela situação dramática que se vive na Venezuela, quer em termos sociais quer em termos humanitários” e “condena com veemência as detenções arbitrárias e o uso de violência policial sobre o povo venezuelano que, em desespero, luta pela sua sobrevivência”. O texto remata com um apelo para que sejam “imediatamente levantados os entraves à entrada na Venezuela de ajuda humanitária internacional”. O Bloco, o PCP e o PEV votaram contra.

O voto do PCP - que teve o apoio do PEV, a abstenção do Bloco e o voto contra de todos os outros partidos - condenava as “acções de provocação e os atentados terroristas contra a Venezuela, a sua ordem constitucional, a sua soberania e os direitos do povo venezuelano”, solidarizava-se com as “vítimas da violência perpetrada pela oposição golpista venezuelana”. E também condenava a “ingerência, a desestabilização, as acções de sabotagem, as sanções e o bloqueio económico, a confiscação ilegal de bens e recursos financeiros, que visam asfixiar a economia da Venezuela e degradar as condições de vida do seu povo, e que atingem igualmente a comunidade portuguesa neste país”. E instava o Governo português a respeitar a soberania e a independência da Venezuela.

São já 29 os votos sobre a Venezuela apresentados pelas várias bancadas parlamentares desde 2016 - só desde o início deste ano, com o agudizar da situação, já se contabilizam doze. Na lista há votos de repúdio, condenação, solidariedade, preocupação, pesar – mas também um de saudação pela atribuição do prémio Sakharov à oposição democrática venezuelana. Falam do povo venezuelano e sobretudo da comunidade portuguesa que ali reside.

Os comunistas apresentaram nove votos – oito foram rejeitados e apenas um foi parcialmente aprovado. O Bloco e o PEV ainda não apresentaram nenhuma iniciativa sobre a Venezuela. CDS, PSD e PS já subscreveram a apresentação de alguns votos juntos.

Os comunistas e os ecologistas têm ficado normalmente isolados nas votações das propostas do PCP - que defendem a soberania do regime de Nicolás Maduro -, enquanto o Bloco tem optado pela abstenção. Mas quando se trata de propostas da direita e mesmo do PS - que criticam Nicolás Maduro -, os bloquistas têm optado por votar contra.