“Os húngaros querem líderes fortes para a Europa”, avisou Orbán

A poucos dias de o Partido Popular Europeu decidir se expulsa ou não o Fidesz húngaro do seu grupo, o primeiro-ministro húngaro continua a promover o seu programa para as eleições europeias.

Foto
Viktor Orbán na escadaria do Museu Nacional, em Budapeste, o centro das comemorações Lisi Niesner/REUTERS

Viktor Orbán mandou uma mensagem para a União Europeia. “Os húngaros querem líderes fortes para Europa, e querem que as eleições europeias de Maio marquem um renascimento para a Europa, em que acabe o pesadelo da Europa federal para que a Europa pertença de novo aos europeus”, afirmou o primeiro-ministro da Hungria, no discurso em Budapeste que assinala o aniversário da revolução húngara de 1848 contra os Habsburgos austríacos.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Viktor Orbán mandou uma mensagem para a União Europeia. “Os húngaros querem líderes fortes para Europa, e querem que as eleições europeias de Maio marquem um renascimento para a Europa, em que acabe o pesadelo da Europa federal para que a Europa pertença de novo aos europeus”, afirmou o primeiro-ministro da Hungria, no discurso em Budapeste que assinala o aniversário da revolução húngara de 1848 contra os Habsburgos austríacos.

“Queremos levantar os véus que tapam os olhos dos povos da Europa, para que vejam e compreendam que sem a cultura cristão não haverá liberdade na Europa”, disse Orbán, que se orgulha de ter impedido a entrada de imigrantes do Médio Oriente no espaço Shengen em 2015.

“Sem defender a nossa cultura cristã, perderemos a Europa e a Europa deixará de pertencer aos europeus”, declarou o primeiro-ministro húngaro, que desde então se tem apresentado como defensor da cristandade, tornando-a equivalente aos valores europeus.

Este ano, a comemoração da revolução de 1848 acontece uma semana antes de o Partido Popular Europeu (PPE) decidir se expulsa ou não o Fidesz, após anos de provocações. Treze partidos europeus pediram que o partido de Orbán seja forçado a sair – agora que a Hungria se encheu de cartazes com fotos de Jean Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, junto com o milionário George Soros, sendo os dois acusados de vis conspirações. A recusa de Orbán a receber imigrantes é o que mais o opõe a estas figuras. Espera-se que o PPE decida no dia 20 de Março.

Mas Orbán discursou também no contexto da campanha para as eleições europeias de Maio, e do render da guarda na liderança das instituições europeias (Parlamento Europeu, Comissão Europeia e Conselho Europeu), e apelou a uma aliança dos “políticos anti-imigração” para as conquistar. Nesta batalha, os principais aliados são a Polónia – que também está a ter problemas com Bruxelas por causa das suas políticas “iliberais”, na linha das seguidas pelos governos de Orbán – e o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini.

Por isso, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, esteve na festa húngara e discursou na escadaria do Museu Nacional, em Budapeste, para louvar os séculos de amizade entre o seu país e a Hungria. “Se Bruxelas atacar a Polónia, atacam a Europa Central e a Hungria. Os que querem estender as sombras do seu império têm de contar com os laços húngaro-polacos”, disse Orbán – na tradução do jornalista do site Euronews Sándor Zsíros, que acompanhou no Twitter o discurso.

Na tarde desta sexta-feira realizaram-se também protestos em Budapeste, com os manifestantes a gritar como palavra de ordem “democracia”, relataram vários jornalistas no Twitter.