SEF detém empresários de futebol indiciados por tráfico de seres humanos
Dois cidadãos sul-americanos são suspeitos de trazer jovens futebolistas para Portugal e mantê-los no país em situação ilegal. Foram detidos, em Leiria, esta quarta-feira.
Dois cidadãos sul-americanos foram detidos na quarta-feira, em Leiria, por suspeitas da prática de crimes de tráficos de seres humanos, auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos. A detenção dos agentes desportivos, suspeitos de trazerem e manterem os jovens futebolistas no país em situação ilegal, foi levada a cabo pelo Serviço de Estrangeiros em Fronteiras (SEF), que anunciou os resultados da Operação Fair Play através de um comunicado.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Dois cidadãos sul-americanos foram detidos na quarta-feira, em Leiria, por suspeitas da prática de crimes de tráficos de seres humanos, auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos. A detenção dos agentes desportivos, suspeitos de trazerem e manterem os jovens futebolistas no país em situação ilegal, foi levada a cabo pelo Serviço de Estrangeiros em Fronteiras (SEF), que anunciou os resultados da Operação Fair Play através de um comunicado.
A acção, coordenada pelo Ministério Público, englobou buscas domiciliárias às residências dos suspeitos, a viaturas e a um clube desportivo da Nazaré. Os atletas, todos sul-americanos, eram angariados através de um esquema que envolvia vários intervenientes, e no qual os cidadãos agora detidos “desempenhavam um papel crucial”, pode ler-se no comunicado.
Para aliciar os jovens futebolistas, o grupo prometia a legalização e a celebração de contratos profissionais. Para trazerem o jogador, exigiam grandes somas de dinheiro que, em muitos casos, levaram ao endividamento das respectivas famílias. Quando chegavam em Portugal eram direccionados para os respectivos clubes, ficando alojados pelos empresários em apartamentos. Mas, com o passar do tempo, eram progressivamente abandonados pelos membros destes grupos, deixados ao abandono e, muitas vezes, obrigados a habitar nas instalações do clube.
Sem condições de habitabilidade, alimentação adequada e desprovidos de contrapartidas financeiras pela actividade desportiva desenvolvida, alguns atletas acabaram por abandonar o país. Os restantes, dentro do quadro legal vigente de protecção a vítimas de tráfico de seres humanos e de acções de auxílio à imigração ilegal, aguardam a regularização em território nacional.