Ordem do Infante retirada a Armando Vara

Por ter sido condenado pela prática de crime doloso com pena de prisão superior a três anos. O antigo banqueiro e ex-ministro está preso em Évora.

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Armando Vara numa entrevista antes de entrar na prisão Nuno Ferreira Santos

O Conselho das Ordens Nacionais retirou a Ordem do Infante D. Henrique a Armando Vara na sequência da condenação a cinco anos de prisão efectiva por crimes de tráfico de influência, no âmbito do processo Face Oculta. A decisão de retirar a Ordem do Infante D. Henrique a Armando Vara consta de um despacho publicado esta quinta-feira em Diário da República assinado pelo secretário-geral das Ordens, Arnaldo Pereira Coutinho.

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O Conselho das Ordens Nacionais retirou a Ordem do Infante D. Henrique a Armando Vara na sequência da condenação a cinco anos de prisão efectiva por crimes de tráfico de influência, no âmbito do processo Face Oculta. A decisão de retirar a Ordem do Infante D. Henrique a Armando Vara consta de um despacho publicado esta quinta-feira em Diário da República assinado pelo secretário-geral das Ordens, Arnaldo Pereira Coutinho.

No despacho é referido que “compete aos Conselhos das Ordens efectivar a irradiação automática dos membros que por sentença judicial transitada em julgado tenham sido condenados pela prática de crime doloso punido com pena de prisão superior a três anos”. A deliberação do Conselho das Ordens Nacionais ocorreu a 31 de Janeiro de 2019 e é esta quinta-feira efectivada com a publicação do despacho em Diário da República.

Armando Vara foi condenado em Setembro de 2014 pelo Tribunal de Aveiro a cinco anos de prisão efectiva, por três crimes de tráfico de influências, encontrando-se preso no Estabelecimento Prisional de Évora. O colectivo de juízes deu como provado que o antigo ministro e ex-vice-presidente do BCP recebeu 25 mil euros do sucateiro Manuel Godinho, o principal arguido no caso, como compensação pelas diligências empreendidas em favor das suas empresas.

Inconformado com a decisão, o arguido recorreu para o Tribunal da Relação do Porto, que negou provimento ao recurso, mantendo integralmente o acórdão da primeira instância. Armando Vara interpôs novo recurso, desta vez para o Supremo Tribunal de Justiça, que não foi admitido, recorrendo então para o Tribunal Constitucional, que, em Julho de 2018, decidiu “não conhecer do objecto” do recurso interposto. A defesa reclamou então desta decisão, sem sucesso.

A condenação transitou em julgado no passado mês de Dezembro, após esgotadas todas as possibilidades de interposição de recurso. Nessa altura, o ex-ministro informou o Tribunal de Aveiro que aceitava o trânsito imediato da decisão condenatória, declarando que pretendia apresentar-se voluntariamente para iniciar o cumprimento da pena nos termos que lhe forem determinados.

 O processo Face Oculta, que começou a ser julgado em 2011, está relacionado com uma alegada rede de corrupção que teria como objectivo o favorecimento do grupo empresarial do sucateiro Manuel Godinho nos negócios com empresas do sector do Estado e privadas.

Além de Armando Vara e Manuel Godinho, foram arguidos no processo o ex-presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) José Penedos e o seu filho Paulo Penedos, entre outros. Armando Vara é também um dos 28 arguidos na Operação Marquês, em que o principal arguido é o ex-primeiro-ministro José Sócrates.