Apesar dos avisos, César acredita que o país continuará a crescer acima da média da UE
Apesar do cenário menos animador do Conselho de Finanças Públicas sobre o crescimento da economia, o presidente do PS escusa-se a críticas ao organismo e culpa a situação que o Governo encontrou na banca. Apesar de ter prometido uma declaração de voto sobre Teodora Cardoso, o PS não a entregou.
As perspectivas do último relatório do Conselho de Finanças Públicas sobre a economia portuguesa são cinzentas e revêem em baixa as previsões do crescimento, mas o presidente do PS não mostra que tenha ficado especialmente preocupado com o aviso. Nem quer voltar a apontar o dedo à anterior presidente do conselho, Teodora Cardoso, que deixou o cargo há uma semana e que ainda foi responsável pela elaboração do documento crítico para as opções do Governo de António Costa.
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As perspectivas do último relatório do Conselho de Finanças Públicas sobre a economia portuguesa são cinzentas e revêem em baixa as previsões do crescimento, mas o presidente do PS não mostra que tenha ficado especialmente preocupado com o aviso. Nem quer voltar a apontar o dedo à anterior presidente do conselho, Teodora Cardoso, que deixou o cargo há uma semana e que ainda foi responsável pela elaboração do documento crítico para as opções do Governo de António Costa.
Questionado pelos jornalistas sobre os avisos que o Conselho de Finanças Públicas faz sobre as opções governamentais e sobre as necessidades da banca, Carlos César salientou que a conduta dos socialistas “é sempre de considerar com a máxima atenção e o máximo respeito todos os pareceres prospectivos e retrospectivos de todas as instituições que têm por finalidade fazer essas avaliações - e isso inclui naturalmente o CFP”.
Carlos César vincou, porém, que “o objectivo central do Governo e do PS é que o nosso país continue a crescer acima da média da zona euro e da União Europeia. Esse objectivo permanece actual.”
Acerca dos avisos em relação à banca, o dirigente socialista lamentou que o PS tenha herdado uma “situação verdadeiramente caótica e preocupante para a economia portuguesa, para a credibilidade do sistema financeiro em geral”. E acrescentou que hoje há “duas instituições bancárias em particular nas quais estamos mais empenhados para que também essas alcancem a estabilidade necessária”.
Ora, Carlos César não quis assacar responsabilidades por este cenário desfavorável à economista Teodora Cardoso que ainda preparou este documento, uma vez que só foi substituída na passada semana por Nazaré Costa Cabral na presidência do conselho. Questionado sobre o carácter “hostil” desta “herança”, César recusou pronunciar-se, lembrando que na passada semana a bancada parlamentar do PS até deu o seu apoio ao voto de louvor à economista proposto pelo PSD que era especialmente elogioso da carreira de Teodora Cardoso na administração pública e no exercício das suas funções no conselho.
Há uma semana, na altura da votação, Carlos César pediu a palavra para anunciar que a bancada do PS iria entregar uma declaração de voto sobre o assunto - a forma hesitante como falou até suscitou risos no plenário. Porém, de acordo com o diário da Assembleia da República consultado pelo PÚBLICO, o PS acabou por não cumprir o que anunciou: o documento afirma que a declaração de voto não foi entregue no prazo previsto - que é de três dias úteis a contar da votação.
O PÚBLICO questionou a bancada parlamentar do PS sobre o que sucedeu, mas não obteve resposta.