GEOTA lança campanha para travar barragem de Fridão
Grupo ambientalista quer “pressionar o Governo a cancelar" o projecto da EDP para o Tâmega.
Impedir a construção da barragem de Fridão é o objectivo da campanha de sensibilização lançada esta quinta-feira pelo grupo ambientalista GEOTA. O projecto da EDP para o rio Tâmega está suspenso para reavaliação desde 2016 e o Governo terá de decidir até 18 de Abril se atribui à EDP a licença de produção para a central hidroeléctrica.
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Impedir a construção da barragem de Fridão é o objectivo da campanha de sensibilização lançada esta quinta-feira pelo grupo ambientalista GEOTA. O projecto da EDP para o rio Tâmega está suspenso para reavaliação desde 2016 e o Governo terá de decidir até 18 de Abril se atribui à EDP a licença de produção para a central hidroeléctrica.
Enquanto o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e o presidente da EDP, António Mexia, garantem que a decisão não está tomada, o GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) avança com a campanha “#frinão, Barragem de Fridão, Não!” para travar o projecto “pelo perigo que representa para a população de Amarante, pelos custos que acrescerá à factura da electricidade e pelos impactos sociais, ambientais e económicos na região”.
Se é no concelho de Mondim de Basto (distrito de Vila Real) que haverá maior número de construções afectadas, é o município de Amarante (distrito do Porto) que corre maiores riscos, em caso de acidente e ruptura da estrutura, tendo em conta a sua proximidade ao centro histórico da cidade, localizado em zona ribeirinha: cerca de 8 quilómetros.
Pelos cálculos do antigo Instituto da Água, em caso de rompimento da estrutura da barragem (que será construída numa zona de susceptibilidade sísmica), o centro histórico de Amarante será atingido por uma onda de 14 metros no espaço de apenas 13 minutos. “O pouco tempo faz com que os meios de Protecção Civil não consigam assegurar a adequada evacuação da população”, refere o GEOTA.
A construir-se, a barragem de Fridão (que na realidade são duas, uma para a central hidroeléctrica propriamente dita e a outra para a regularização de caudais) irá juntar-se às três barragens da Iberdrola que também fazem parte do Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) lançado por José Sócrates e que estão em construção desde 2016.
Lançada no Dia Internacional de Acção Pelos Rios e Contra Barragens, a campanha do GEOTA “pretende pressionar o Governo a cancelar o Aproveitamento Hidroeléctrico de Fridão” com uma petição invulgar que estará online com o mote “Eu não assino” (no endereço eunaoassino.com).
“Além da possibilidade de clicar em ‘Não Assinar’, os participantes são convidados a desafiar por email o primeiro-ministro a subscrever uma declaração de responsabilização pessoal pelas potenciais consequências catastróficas do colapso da barragem”, explica Ana Brazão, coordenadora do projecto Rios Livres GEOTA.