Nicolás Maduro prolonga suspensão de actividades laborais e escolares por 48 horas

O Presidente da Venezuela acusa a direita de estar envolvida na “guerra eléctrica” e acusou-a de realizar acções que violam os direitos humanos dos venezuelanos.

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Nicolás Maduro falou ontem em Caracas, no palácio presidencial de Miraflores, durante uma transmissão em directo, e obrigatória, das rádios e televisões nacionais EPA/MIRAFLORES PALACE HANDOUT

O Presidente Nicolás Maduro prolongou por mais 48 horas a suspensão das actividades laborais e escolares, devido ao apagão que afecta a Venezuela desde a passada quinta-feira e que o Governo venezuelano diz ter origem numa “guerra eléctrica”.

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O Presidente Nicolás Maduro prolongou por mais 48 horas a suspensão das actividades laborais e escolares, devido ao apagão que afecta a Venezuela desde a passada quinta-feira e que o Governo venezuelano diz ter origem numa “guerra eléctrica”.

“Decidi prolongar por 48 horas a suspensão das actividades laborais e escolares. (...) Continuaremos a trabalhar para estabilizar o serviço eléctrico”, disse.

Nicolás Maduro falava em Caracas, no palácio presidencial de Miraflores, durante uma transmissão em directo, e obrigatória, das rádios e televisões nacionais, na noite de segunda-feira.

O Presidente da Venezuela acusou a direita de estar envolvida na “guerra eléctrica” e acusou-a de realizar acções que violam os direitos humanos dos venezuelanos.

“Como Chefe de Estado, acho que tem havido graves crimes contra os Direitos Humanos do nosso povo, contra o direito à paz, à estabilidade, que tem havido um grave crime de traição à pátria”, frisou.

Segundo Nicolás Maduro foram detidos dois indivíduos alegadamente envolvidos numa tentativa de sabotar o sistema de comunicações de El Guri, a principal central hidroeléctrica do país e onde ocorreu a falha que tem mantido a Venezuela às escuras.

“Peço que a justiça venezuelana procure os autores (...) deste gigantesco dano que foi feito ao nosso povo”, frisou.

Por outro lado, explicou que a falha foi provocada por um ataque ao “cérebro computorizado” de El Guri e ao sistema de “condução” situado em Caracas.

Também houve “uma segunda via de ataque, electromagnética, que mediante dispositivos móveis tem interrompido e revertido os processos de recuperação”, adiantou.

A terceira via de ataque, disse, aconteceu através de uma “explosão” de uma subestação em Alto Prado (Caracas) que tinha como propósito “tombar toda a electricidade em Caracas”.

A Venezuela está às escuras desde a última quinta-feira, na sequência de uma avaria na central hidroeléctrica de El Guri, a principal do país, que afectou ainda dois sistemas secundários e a linha central de transmissão.

Na sequência do apagão, na segunda-feira, o Governo venezuelano suspendeu as actividades laborais e escolares por 24 horas e depois por mais 24 horas.

Em Caracas, a electricidade está a chegar a vários bairros, mas de forma intermitente.

O apagão afectou as comunicações fixas e móveis, os terminais de pagamentos e o acesso à Internet.