BE critica “silêncio cúmplice” de Rui Moreira e CDS sobre o “caos político” do Centro Histórico

Depois das moções de censura apresentadas a António Fonseca no ano passado e das duas demissões do executivo tornadas públicas recentemente, os bloquistas afirmam que Rui Moreira e CDS "não podem continuar a fingir que nada se passa" e que o presidente da junta "não tem condições para exercer o cargo".

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Nelson Garrido

A demissão das duas vogais do executivo da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto foi a gota de água para que o Bloco de Esquerda (BE) atirasse as responsabilidades do “caos político” instalado não só para António Fonseca, presidente da junta, mas também para Rui Moreira e CDS. No documento enviado à imprensa pelos bloquistas, esta terça-feira, afirmam que o presidente da câmara e o CDS não podem continuar a “manter o silêncio cúmplice”.

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A demissão das duas vogais do executivo da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto foi a gota de água para que o Bloco de Esquerda (BE) atirasse as responsabilidades do “caos político” instalado não só para António Fonseca, presidente da junta, mas também para Rui Moreira e CDS. No documento enviado à imprensa pelos bloquistas, esta terça-feira, afirmam que o presidente da câmara e o CDS não podem continuar a “manter o silêncio cúmplice”.

Depois da saída da vogal Isabel Menéres Campos, foi tornada pública, esta segunda-feira, a demissão de Maria de Deus Carvalho, também vogal daquele executivo. Com ela, vieram duras acusações de “acções coercivas e difamatórias e lideranças autocráticas” a António Fonseca, nomeado pelo movimento de Rui Moreira. Em comunicado, os bloquistas afirmam que “o Presidente da Junta não tem condições para exercer o cargo que desempenha”, uma vez que “não dignifica a União de Freguesias”.

Para o BE, a situação política actual do Centro Histórico torna evidente que o Movimento de Rui Moreira coloca “os seus interesses políticos à frente dos interesses das cidadãs e dos cidadãos”, replicando “as piores práticas antidemocráticas”. Perante o “caos político” no executivo, acrescentam que “Rui Moreira e CDS não podem continuar a fingir que nada se passa”.

Os bloquistas dizem, ainda, que “a cada vez maior degradação da situação política” na junta do Centro Histórico do Porto “não é nova” e falam de “recorrentes comportamentos anti-democráticos” de António Fonseca. Relembram que, em 2018, foram apresentadas moções de censura ao presidente da junta, consequentes do “clima de terror e assédio moral praticado pelo Presidente da Junta e denunciado pelas trabalhadoras da União de Freguesias”. A par disso, falam dos atrasos no pagamento de salários e da ameaça de encerramento de várias creches e ATL.

Em declarações à agência Lusa sobre as demissões, António Fonseca explicou que o executivo continua a funcionar normalmente com cinco dos sete elementos que o compõem. No dia 2 de Março, a mesa da Assembleia de Freguesia do Centro Histórico do Porto, até aqui constituída por três elementos demissionários do movimento de Rui Moreira, passou a ser composta por dois deputados do PS e um do BE. À data, António Fonseca culpou dois elementos do movimento de Rui Moreira, partido pelo qual foi eleito, por esta derrota.