Conferência National Geographic vai ouvir o planeta a partir do Porto
Na tarde de 29 de Abril, na Casa da Música, cinco oradores vão falar do problema do plástico descartável.
Depois de dois anos em Lisboa, a Conferência National Geographic (National Geographic Summit) muda-se para o Porto e leva com ela um dos temas do momento: o plástico. Com o mote “Ouvir o Planeta a partir do Porto”, a 29 de Abril, na Casa da Música, o fotógrafo Brian Skerry, a ecóloga Lucy Hawkes, a bióloga Paula Sobral, o antigo presidente executivo da Fundação Ellen MacArthur Jamie Butterworth e a fundadora do movimento Desperdício Zero Lauren Singer vão apresentar a dimensão do problema e sugerir alternativas. Os bilhetes já estão à venda.
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Depois de dois anos em Lisboa, a Conferência National Geographic (National Geographic Summit) muda-se para o Porto e leva com ela um dos temas do momento: o plástico. Com o mote “Ouvir o Planeta a partir do Porto”, a 29 de Abril, na Casa da Música, o fotógrafo Brian Skerry, a ecóloga Lucy Hawkes, a bióloga Paula Sobral, o antigo presidente executivo da Fundação Ellen MacArthur Jamie Butterworth e a fundadora do movimento Desperdício Zero Lauren Singer vão apresentar a dimensão do problema e sugerir alternativas. Os bilhetes já estão à venda.
Se nos anos anteriores esta conferência foi centrada em personalidades da National Geographic – como Jane Goodall e Sylvia Earle –, a edição deste ano é dedicada à campanha internacional “Planeta ou Plástico?”, que apela à redução do consumo de plástico descartável. “Este ano pensámos num grande conceito que temos como instituição e quisemos aproveitar a ocasião da summit para dar notoriedade a essa questão”, diz ao PÚBLICO Luís Fernambuco, director-geral da National Geographic Partners Portugal.
A mudança para o Porto aconteceu por dois motivos, segundo o director da National Geographic Partners Portugal: pela “ligação emotiva” com a cidade depois de a exposição Photo Ark ter sido apresentada lá pela primeira vez e pelas boas relações com várias instituições no Porto; e porque se pretendia descentralizar esta conferência. As próximas edições serão então noutros sítios em Portugal? “Ainda é cedo para tomar uma decisão, vamos ver como corre no Porto”, refere Luís Fernambuco.
Vejamos então o programa da conferência. Os oradores farão as suas apresentações na tarde de 29 de Abril a partir das 15h. Haverá dois grandes temas: “Por um lado, queremos apresentar a dimensão do problema”, destaca Luís Fernambuco. “Por outro lado, queremos dar alternativas e [mostrar] como todos podemos ter um papel concreto para reduzir o plástico descartável.”
Três dos oradores vão confrontar o público com o problema dos plásticos descartáveis. O fotógrafo subaquático Brian Skerry – que apresentou o seu trabalho até ao início deste ano no Oceanário de Lisboa na exposição Sharks, uma missão de Brian Skerry – já captou a diminuição nas pescas a nível mundial, recifes de coral em perigo ou tubarões ameaçados das Bahamas. “As suas imagens celebram o mistério das profundezas e oferecem retratos de criaturas tão íntimos que às vezes parecem ter sido tirados num estúdio”, refere-se num comunicado sobre a conferência. “Vai mostrar-nos como a beleza do oceano está a ser ameaçada pelo problema dos plásticos”, realça Luís Fernambuco.
Já a ecóloga Lucy Hawkes rastreia populações de tartarugas marinhas dos Estados Unidos ou de Cabo Verde e segue a migração de animais como tubarões-frade e gansos-de-cabeça-listada, a que chama “animais atletas”. “A sua apresentação deverá ser focada na migração de tartarugas e como a poluição dos plásticos está a afectar as rotas migratórias”, resume o director-geral da National Geographic Partners Portugal.
A presença portuguesa deste ano é a bióloga Paula Sobral. Fundadora e presidente da Associação Portuguesa do Lixo Marinho, a investigadora do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente já desenvolve investigação em microplásticos e lixo marinho desde 2008. Segundo Luís Fernambuco, Paula Sobral dará uma visão científica da dimensão do problema e mostrará como a poluição dos plásticos está a afectar a costa portuguesa.
Apresentada a dimensão do problema, dois oradores irão sugerir soluções. Jamie Butterworth – antigo presidente executivo da Fundação Ellen MacArthur – é membro do comité de investimentos e integra a equipa de investimentos da empresa Circularity Capital. “Desenvolveu um profundo entendimento de como a economia circular gera valor, trabalhando com várias das principais marcas do mundo para apoiá-las na implementação bem-sucedida de modelos de negócios circulares”, lê-se no comunicado. Estará no Porto para falar de economia circular e explicar como a economia de uma sociedade pode evoluir e conseguir lutar contra os plásticos descartáveis.
Por fim, Lauren Singer – fundadora do movimento Desperdício Zero – deixará o seu testemunho. Desde 2012 que a norte-americana decidiu produzir a menor quantidade de lixo possível. “Como define o Desperdício Zero? Para Lauren, Zero Desperdício significa que não produz lixo. Não manda nada para o aterro, não manda nada para o lixo, nada. No entanto, recicla e faz adubo”, refere-se no comunicado. E Luís Fernambuco acrescenta: “Tem uma apresentação muito conhecida em que mostra um copinho fechado que representa a totalidade de lixo que produz durante um ano. Vai partilhar como se pode fazer isso.”
Além destas apresentações, entre as 10h e as 12h, decorrerá a Conferência National Geographic Júnior. Cerca de mil crianças do 5.º e 6.º ano – que estão a participar num desafio da National Geographic com projectos para reduzir do plástico nas suas escolas – irão assistir a uma apresentação de Brian Skerry e Ana Milhazes. Embaixadora do movimento Lixo Zero Portugal, a portuguesa Ana Milhazes dará às crianças algumas dicas para reduzirem o desperdício no dia-a-dia.
E será uma conferência sem plástico? “O nosso foco é o plástico descartável e vamos tentar reduzir a sua utilização durante a summit”, responde Luís Fernambuco. “Acreditamos que é importante fazermos mais hoje do que o que fazíamos ontem e fazermos mais amanhã do que o que fazemos hoje: neste sentido, se só conseguirmos reduzir 80% da utilização de plástico em relação à edição anterior, já é um êxito.” Portanto, embora não se consiga reduzir nas garrafas de água nesta edição, tentar-se-á não oferecer brindes com embalagens de plástico ou copos de plástico.
No final da conferência, Luís Fernambuco espera que a problemática dos plásticos tenha tido (ainda) mais visibilidade e que as pessoas saiam da Casa da Música com uma perspectiva positiva. “Não queremos só dizer que é um grande problema, mas queremos apresentar soluções e propostas para que as pessoas possam aplicá-las depois de forma prática no dia-a-dia.”
Até domingo, 17 de Março, os bilhetes normais custam 35 euros. Depois, o preço sobe para 50 euros. Há apenas 50 bilhetes para estudantes a 25 euros.