Vítor Campos, um símbolo da Académica
Morreu antigo jogador da Académica de Coimbra e uma figura grande da cidade.
Vítor Campos não foi só um grande jogador da Académica e da Selecção Nacional de Futebol, foi e será sempre um símbolo de uma certa cultura de Coimbra, que é um modo de ser e conviver, mas, sobretudo, um estilo de vida, de solidariedade, uma forma de viver com os outros e para os outros, uma partilha. Como seu irmão Mário, como todos os outros dessa equipa que, nos anos sessenta, jogava um futebol diferente, os que ficaram em segundo lugar no Campeonato, e, por duas vezes, foram vencidos na Taça de Portugal, principalmente em 1969 quando o Jamor se transformou no palco de uma das maiores manifestações antifascistas de sempre. Diferentes no campo, diferentes na vida, eles batiam-se pela Académica e, com ela e connosco, cá fora, lutavam, também, pela liberdade. Quando entravam em campo, às vezes a monte, às vezes de capa, todos nós entrávamos com eles de capa. Representavam a Académica, levavam nas camisolas negras a nossa juventude, as nossas utopias e, quando se enrolavam nas capas negras, estavam dentro daquela capa mítica que o Adriano cantava: Capa negra rosa negra/Bandeira de liberdade.
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Vítor Campos não foi só um grande jogador da Académica e da Selecção Nacional de Futebol, foi e será sempre um símbolo de uma certa cultura de Coimbra, que é um modo de ser e conviver, mas, sobretudo, um estilo de vida, de solidariedade, uma forma de viver com os outros e para os outros, uma partilha. Como seu irmão Mário, como todos os outros dessa equipa que, nos anos sessenta, jogava um futebol diferente, os que ficaram em segundo lugar no Campeonato, e, por duas vezes, foram vencidos na Taça de Portugal, principalmente em 1969 quando o Jamor se transformou no palco de uma das maiores manifestações antifascistas de sempre. Diferentes no campo, diferentes na vida, eles batiam-se pela Académica e, com ela e connosco, cá fora, lutavam, também, pela liberdade. Quando entravam em campo, às vezes a monte, às vezes de capa, todos nós entrávamos com eles de capa. Representavam a Académica, levavam nas camisolas negras a nossa juventude, as nossas utopias e, quando se enrolavam nas capas negras, estavam dentro daquela capa mítica que o Adriano cantava: Capa negra rosa negra/Bandeira de liberdade.
Assim era o Vítor, duro a jogar, tão sereno, doce e cavalheiro na vida, tão solidário, sempre a sofrer pela Académica e pelas injustiças, tão suave mesmo quando se zangava. Trazia uma Académica libertadora na alma e na pele.
Não sei se hoje se compreende o que foi a Coimbra dos anos sessenta. Não sei se se consegue entender a dimensão e a grandeza de um homem como Vítor Campos. Podia ter ido para grandes clubes estrangeiros, mas não quis sair de Coimbra. Para ser médico, para ser na vida como tinha sido no campo, fiel à raiz, construtor de democracia e do SNS, solidário praticante. Vítor Campos, um emblema no coração, uma capa negra, depois uma bata branca. Pela Académica, por Coimbra, sempre.