Vão ser plantadas 75 mil árvores em Monchique com donativos de passageiros da Ryanair

Empresa inclui novo projecto algarvio de recuperação da área ardida na serra algarvia nas suas “parcerias ambientais”. GEOTA coordena e toda a gente poderá ajudar a plantar.

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Chama-se Renaturalizar Monchique, irá ajudar a reflorestar a serra onde aconteceu o maior incêndio da Europa em 2018 e é um dos projectos escolhidos pela Ryanair para “parceria ambiental”, um mote em que cabem apenas mais três projectos – um de apoio à população do Uganda e dois irlandeses dedicados à preservação da natureza. Estas “parcerias” irão ter direito, segundo a empresa, a “mais de um milhão de euros” no total, um montante que sairá dos “donativos dos passageiros” da companhia aérea para “compensar as emissões de carbono”.

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Chama-se Renaturalizar Monchique, irá ajudar a reflorestar a serra onde aconteceu o maior incêndio da Europa em 2018 e é um dos projectos escolhidos pela Ryanair para “parceria ambiental”, um mote em que cabem apenas mais três projectos – um de apoio à população do Uganda e dois irlandeses dedicados à preservação da natureza. Estas “parcerias” irão ter direito, segundo a empresa, a “mais de um milhão de euros” no total, um montante que sairá dos “donativos dos passageiros” da companhia aérea para “compensar as emissões de carbono”.

“É um projecto de restauro ecológico dos habitats ardidos” na serra, disse à Fugas Miguel Jerónimo, membro da comissão executiva do GEOTA, a associação de defesa do ambiente que irá coordenar o Renaturalizar Monchique, contando para isso com o apoio operacional da Região de Turismo do Algarve e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas – mais tarde também da câmara de Monchique.

A “escala de intervenção” da iniciativa, explica Jerónimo, é “grande e significativa a todos os níveis”, já que serão plantadas cerca de “75 mil árvores autóctones”, entre sobreiros, carvalhos-de-Monchique, medronheiros ou castanheiros e espécies das linhas de água.

O lançamento do projecto será já na Primavera, em Abril, até porque tem este apoio directo da Ryanair (ou melhor, dos seus passageiros), mas será um “lançamento simbólico”, já que os trabalhos no terreno só avançarão na “época de chuvas, em Outubro” – antes disso, em Junho, haverá trabalho de verificação, selecção e preparação de áreas ou, entre outras actividades, acções de controlo de erosão.

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Serra de Monchique (Maio de 2018) Rui Gaudêncio

“O restauro ecológico não é só contar árvores, é muito complexo, especialmente em áreas ardidas”, sublinha Jerónimo adiantando que actuarão no terreno equipas de profissionais, coordenadas pelo GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), mas que também se pretende “envolver a comunidade local”. E não só: toda a gente poderá participar na replantação, já que, de Outubro a Fevereiro, “haverá acções de voluntariado abertas a todos​ aos fins-de-semana”.

Quanto ao valor total do apoio que chegará via Ryanair, o representante do GEOTA não quis avançar números para já, mas aceitou que deverá andar em redor de 250 mil euros, ou seja, 1/4 do milhão de euros, aproximadamente, que está prometido às quatro “parcerias ambientais” da Ryanair – “as primeiras de sempre”, sublinha a companhia aérea em comunicado.

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Miguel Manso

O milhão será conseguido euro a euro: os passageiros quando reservam um voo são convidados a “efectuar uma doação de 1,06 euros para compensação da pegada de carbono” do voo que vão realizar e para “outras iniciativas ambientais”.

Os outros projectos que irão receber parte desta maquia são, confirmou a Ryanair, a First Climate (com uma campanha específica para “promover a disseminação de fogões com consumo mais eficiente de energia no Uganda”), a Irish Whale & Dolphin Group (preservação de baleias, golfinhos e toninhas, com campanhas e iniciativas-chave) e a Native Woodland Trust (dedicada às áreas florestais irlandesas).