BCE mantém taxas de juro inalteradas “até final de 2019”
Banco Central Europeu reviu hoje o crescimento da zona euro de 1,7% para 1,1%, alterando previsão temporal para mudar taxas de juro em mais seis meses. Nova vaga de empréstimos de longo prazo será concedida aos bancos
O Banco Central Europeu (BCE) baixou hoje em seis décimas a sua previsão de crescimento na zona euro em 2019 para 1,1%, quando em Dezembro tinha antecipado um crescimento de 1,7%.
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O Banco Central Europeu (BCE) baixou hoje em seis décimas a sua previsão de crescimento na zona euro em 2019 para 1,1%, quando em Dezembro tinha antecipado um crescimento de 1,7%.
O presidente do BCE, Mario Draghi, afirmou em conferência de imprensa que a entidade também reviu em baixa a previsão de crescimento para 2020 para 1,6% (era de 1,7% em Dezembro) e manteve de 2021 em 1,5%.
O presidente do BCE justificou esta revisão em baixa com a acumulação de riscos para economia. Já em Dezembro, o BCE tinha revisto em baixa as suas previsões de crescimento em relação ao que antecipara em Setembro.
Juros mantêm-se até final do ano
Antes da conferência de imprensa que decorre na tarde desta quinta-feira, o banco central tinha anunciado o lançamento em Setembro de uma nova vaga de empréstimos de longo prazo aos bancos, para preservar “as condições favoráveis de crédito”.
O objectivo destas novas operações de refinanciamento, entre Setembro de 2019 e Março de 2021, cada uma com uma maturidade de dois anos, é também estimular a economia, numa altura em que o crescimento não mostra grande vigor, o mesmo acontecendo com a inflação.
O dinheiro será emprestado aos bancos a uma taxa de juro correspondente à principal taxa de refinanciamento do BCE, actualmente em 0%.
Na reunião de hoje do BCE, a instituição indicou também que espera deixar as taxas de juro inalteradas “pelo menos até ao final de 2019”, quando até agora prometia mantê-las nos níveis actuais “pelo menos até ao Verão”.
As medidas foram anunciadas antes de serem divulgadas as novas previsões de crescimento e de inflação do BCE.
Desde o eclodir da crise financeira que o BCE forneceu liquidez adicional aos bancos da zona euro. Em 2014, o supervisor começou a emprestar dinheiro a muito longo prazo, até quatro anos e, entre Julho de 2016 e Março de 2017, também realizou operações de refinanciamento a muito longo prazo.
Em 2018, o BCE decidiu colocar um ponto final nas compras líquidas de dívida pública que realizou durante os últimos quatro anos e meio com o objectivo de estimular a economia da zona euro. O programa de compra de activos - que ascendeu desde 2014 aos 2,6 biliões de euros e que ajudou países como Portugal a baixar as taxas de juro a que se conseguem financiar nos mercados – acabou em Dezembro de 2018.