OCDE corta previsão de crescimento para a zona euro em 2019

A OCDE desceu para 1% a previsão de crescimento para a zona euro em 2019 e alerta que a expansão global “continua a perder força”, devido à elevada incerteza política e às tensões comerciais.

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Angel Gurría, secretário-gerla da OCDE, esteve recentemente em Portugal LUSA/MIGUEL A. LOPES

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) desceu em 0,8 pontos percentuais a sua previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro este ano, face à anterior estimativa de Novembro, tendo também revisto em forte baixa as projecções para as economias da Alemanha (-0,9 pontos percentuais) e de Itália (-1,1 pontos percentuais). A instituição alerta também que a economia mundial está a "perder força", devido à elevada incerteza política, às tensões comerciais e à perda de confiança dos consumidores e das empresas.

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A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) desceu em 0,8 pontos percentuais a sua previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro este ano, face à anterior estimativa de Novembro, tendo também revisto em forte baixa as projecções para as economias da Alemanha (-0,9 pontos percentuais) e de Itália (-1,1 pontos percentuais). A instituição alerta também que a economia mundial está a "perder força", devido à elevada incerteza política, às tensões comerciais e à perda de confiança dos consumidores e das empresas.

Na actualização intercalar das suas previsões económicas (Interim Economic Outlook), a OCDE antecipa agora um crescimento de 0,7% do PIB alemão e uma contracção de 0,2% do PIB italiano este ano.

Já para a França, a OCDE desceu em 0,3 pontos percentuais a sua previsão, prevendo agora uma expansão de 1,3% em 2019.

Para 2020, a organização também desceu para 1,2% a previsão de crescimento da zona euro, menos 0,4 pontos percentuais do que em Novembro.

"Uma acção coordenada, envolvendo apoio orçamental e renovados esforços de reformas estruturais, juntamente com baixas taxas de juro, oferece as melhores perspectivas para restaurar o crescimento e melhorar os padrões de vida ao longo do tempo", recomenda a OCDE, num destaque focado na Europa.

A instituição com sede em Paris acrescenta que um pacote bem concebido de medidas orçamentais e estruturais, que se apoiem mutuamente, acompanhado de uma política monetária que mantenha as taxas de juros baixas por um período mais longo de tempo, pode reforçar os benefícios de cada medida política e mitigar os efeitos colaterais de curto prazo de outras, para benefício da zona euro como um todo".

A instituição acrescenta que "reformas estruturais adicionais são necessárias em todos os Estados-membros para melhorar a produtividade de médio prazo e os níveis de vida".

Expansão global “continua a perder força”

A OCDE reviu também em baixa a previsão de crescimento para a economia mundial em 2019 e em 2020, devido à elevada incerteza política, às tensões comerciais e à queda da confiança de empresários e consumidores.

“A expansão global continua a perder força. O crescimento global deve descer para 3,3% em 2019 e 3,4% em 2020, com os riscos negativos a continuarem a crescer”, indica a organização.

A OCDE desce assim em 0,2 pontos percentuais e em 0,1 pontos percentuais as suas anteriores previsões, depois do crescimento de 3,6% em 2018.

A instituição adianta que reviu em baixa a previsão de crescimento para quase todas as economias do G20, “com revisões particularmente acentuadas na zona euro para 2019 e 2020”.

A explicar o abrandamento económico, a OCDE aponta a elevada incerteza política, as tensões comerciais em curso e uma maior erosão da confiança de empresários e consumidores.

“O comércio global diminuiu acentuadamente”, refere a OCDE, frisando que “as restrições comerciais introduzidas no ano passado são um obstáculo ao crescimento, ao investimento e aos níveis de vida, sobretudo para as famílias com baixos rendimentos”.

A OCDE recorda também que “o crescimento global desacelerou mais rapidamente do que o previsto no segundo semestre de 2018, para cerca de 3% numa base trimestral”, naquele que foi “o ritmo mais fraco desde meados de 2016”.

Para a China, a OCDE prevê um crescimento de 6,2% em 2019, 0,1 pontos percentuais abaixo da estimativa anterior, mantendo a previsão de uma expansão de 6% em 2020.

“Uma desaceleração muito mais acentuada no crescimento do PIB chinês do que nas previsões actuais teria consequências adversas significativas para o crescimento e comércio globais, devido às fortes ligações que a China agora tem por todo o mundo”, indica a instituição.

Nos Estados Unidos, a OCDE antecipa um crescimento de 2,6% para 2019 e de 2,2% em 2020, menos 0,1 pontos percentuais em ambos os casos face às previsões de Novembro.

A OCDE indica também que permanece uma “substancial incerteza política na Europa, inclusivamente sobre o Brexit”, acrescentando que “uma saída desordenada do Reino Unido da União Europeia aumentaria substancialmente os custos para as economias europeias”.