Tribunal de Tóquio concede liberdade sob fiança a ex-presidente da Nissan

O empresário franco-brasileiro de origem libanesa Carlos Ghosn foi detido em Novembro, em Tóquio, por suspeitas de fraude fiscal. O montante da fiança foi fixado em mil milhões de ienes (cerca de oito milhões de euros).

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O tribunal distrital de Tóquio aceitou esta terça-feira o pedido de liberdade sob fiança do ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn, noticiaram vários órgãos de comunicação social japoneses.

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O tribunal distrital de Tóquio aceitou esta terça-feira o pedido de liberdade sob fiança do ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn, noticiaram vários órgãos de comunicação social japoneses.

Detido há três meses na capital nipónica, Carlos Ghosn poderá sair em liberdade ainda durante esta terça-feira, caso o Ministério Público japonês não apresente novo recurso. O montante da fiança foi fixado em mil milhões de ienes (cerca de oito milhões de euros).

Carlos Ghosn, depois de conhecida a decisão, afirmou-se hoje "inocente" e determinado a "defender-se vigorosamente". "Estou infinitamente grato à minha família e amigos que me apoiaram nesta terrível provação", declarou Ghosn num comunicado divulgado em Paris. "Agradeço igualmente às associações e activistas dos direitos humanos no Japão e no mundo que lutam pelo respeito da presunção de inocência e pela garantia de um julgamento justo", acrescentou.

O advogado de Ghosn, Junichiro Hironaka, tinha declarado antes à comunicação social que, tendo em conta os horários dos bancos em Tóquio, não seria possível reunir hoje a soma exigida pelo tribunal de mil milhões de ienes, remetendo o procedimento para quarta-feira. Em conferência de imprensa, o advogado disse ainda que para Ghosn, que passou mais de 100 dias na prisão, a decisão do tribunal é "uma coisa boa".

A aceitação do terceiro pedido de fiança de Ghosn surgiu um dia depois de um dos advogados ter afirmado estar confiante de que o antigo responsável da construtora automóvel Nissan ia conseguir ficar em liberdade. O advogado recém-contratado, Junichiro Hironaka, é conhecido por ter conseguido que vários clientes tenham sido absolvidos no Japão, onde a taxa de condenações é de 99%.

Na segunda-feira, Hironaka afirmou ter proposto novas formas de monitorizar Ghosn após a libertação sob fiança, como videovigilância. Hironaka questionou também o fundamento da detenção de Ghosn, num caso que considerou "muito peculiar", sugerindo que podia ter sido resolvido como um assunto interno da empresa.

No Japão, os suspeitos ficam em detenção provisória durante meses, frequentemente até ao início dos julgamentos. Os procuradores defendem que os suspeitos podem alterar provas e não devem ser libertados. Os dois pedidos de fiança, apresentados pelos advogados de Ghosn, foram negados.

O empresário franco-brasileiro de origem libanesa Carlos Ghosn, de 64 anos, foi detido em Novembro em Tóquio por suspeitas de fraude fiscal e de quebra de confiança.

Notícia actualizada com mais informação, nomeadamente a reacção de Carlos Ghosn