O Mobile World Congress foi além dos ecrãs planos

Na grande feira dos telemóveis de Barcelona viram-se telemóveis para enrolar ao pulso, outros que se desdobram em grandes ecrãs, e versões mais minimalistas para passar menos tempo agarrado ao aparelho.

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Os ecrãs dobráveis marcaram a feira Reuters/SERGIO PEREZ

Este ano, Barcelona mostrou que os smartphones podem ser mais do que ecrãs rectangulares.

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Este ano, Barcelona mostrou que os smartphones podem ser mais do que ecrãs rectangulares.

Durante os três dias da Mobile World Congress 2019, uma feira dedicada ao sector móvel, viram-se telemóveis que se enrolam ao pulso, outros que se desdobram em tablets, versões minimalistas com teclas (para escapar aos vícios da tecnologia), e outros que podem ser pagos com bitcoins.

“Que semana tão fantástica e disruptiva”, comentou o analista da IDC Francisco Jerónimo no Twitter sobre a feira. Noutra publicação, diz que o novo telemóvel dobrável da Huawei vai permitir “desvendar uma enorme gama de testes com ecrãs flexíveis que vão quebrar por completo o domínio de ecrãs planos.”

Dados da analista IDC, referentes ao último trimestre de 2018, mostram que o número de telemóveis vendidos caiu 5%. Os novos formatos podem reacender o interesse dos consumidores.

Agarrado ao pulso

Com o advento dos ecrãs que se dobram, o Alpha é um telemóvel que se pode enrolar ao pulso do utilizador como uma pulseira. Foi desenvolvido pela Nubia Phone, uma subsidiária da fabricante chinesa ZTE.

À primeira vista, o novo Alpha parece um relógio inteligente (e há uma versão sem conectividade móvel), mas a versão mais cara permite fazer chamadas, pesquisar na Internet, enviar SMS e até tirar fotografias com uma câmara de cinco megapixeis. Vem também com um monitor da qualidade do sono, outro para o batimento cardíaco, e um leitor de música.

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O telemóvel lembra um relógio inteligente Nubai

Pode-se navegar no telemóvel através do ecrã com quatro polegadas, ou ao gesticular a mão em cima do ecrã (o telemóvel vem com um sensor que detecta os movimentos). A versão em preto vai estar disponível no final de 2019 por cerca de 549 euros.

Sem preocupações

A fabricante suíça Punkt levou um telemóvel minimalista, com teclas, para ajudar os utilizadores a passar menos tempos agarrados ao pequeno ecrã.

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O objectivo do novo telemóvel é evitar que as pessoas se agarrem muito ao ecrã Punkt

O MP20 permite fazer chamadas, enviar mensagens, e agendar alarmes. No ecrã, nem se consegue ver a bateria que resta no aparelho ou o sinal da rede móvel. O objectivo é evitar preocupações.

Apesar da simplicidade, o telemóvel pode servir como ponto de acesso 4G à Internet, partilhando a convectividade com um tablet ou portátil. “Se alguém quer falar comigo, podem-me ligar. Outras formas de comunicação, por exemplo email ou redes sociais, estão disponíveis quando eu escolho – através de um dispositivo associado que me permite usá-las mais eficazmente”, diz Petter Neby, fundador do Punkt, em comunicado.

O preço do telemóvel ronda os 329 euros na Europa.

Pago com bitcoins

A fabricante de Taiwan HTC quer tentar vender o novo telemóvel, Exodus 1, com a ajuda das criptomoedas.

O aparelho – com seis polegadas, câmaras de 16, 12 e 8 megapixéis, e um cofre digital (o Zion Private Vault) para armazenar dados privados – pode ser comprado com moedas digitais. São 0,2 bitcoins, 5,23 em ethers ou 16,23 litecoins. Ou por cerca de 699 dólares (614 euros).

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Pode-se bagar o Exodus 1 com bitcoins HTC

Mais dobráveis

Apesar de ainda não serem produtos acabados, a multinacional chinesa TCL, apresentou vários protótipos de telemóveis dobráveis que está a desenvolver. Devem estar prontos até 2020.

A empresa diz que o objectivo é que sejam pelo menos 30% mais baratos que o dispositivo apresentado pela Samsung (com o  Fold a custar 1980 dólares, isso quer dizer que os novos aparelhos da TCL irão rondar os 1400 dólares). Tal como o aparelho da Samsung, o da TCL abre-se como um livro para revelar o ecrã maior (de 7,2 polegadas) no seu interior, mas por fora não há outro ecrã. Fechado, só se vê a capa.