Uma moleza solene

Mais um daqueles objectos insólitos, que parecem querer fugir dos estereótipos associados ao cinema português mas depois apenas oferecem em troca uma indiferença de telefilme.

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Mais um daqueles objectos insólitos, que parecem querer fugir dos estereótipos (falsos, mas abundantemente reiterados por uma espécie de vox populi) associados ao cinema português mas depois apenas oferecem em troca uma indiferença de telefilme (quando não mesmo de telenovela: é ver o brilho standard da imagem, da iluminação, etc) e uma sensibilidade de literatura light tratada sem  distância ou perspectiva, o que significa que quando as personagens dizem coisas como “quero que me digas a verdade sobre o amor” o espectador deva mesmo entender aquilo como algo de profundo.

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Mais um daqueles objectos insólitos, que parecem querer fugir dos estereótipos (falsos, mas abundantemente reiterados por uma espécie de vox populi) associados ao cinema português mas depois apenas oferecem em troca uma indiferença de telefilme (quando não mesmo de telenovela: é ver o brilho standard da imagem, da iluminação, etc) e uma sensibilidade de literatura light tratada sem  distância ou perspectiva, o que significa que quando as personagens dizem coisas como “quero que me digas a verdade sobre o amor” o espectador deva mesmo entender aquilo como algo de profundo.

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VIDEO_CENTRAL

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ARTIGO_SIMPLES

A história, adaptada de um livro de Pedro Paixão, podia, como qualquer outra história, concretizar-se num objecto mais interessante (são os filmes que fazem as histórias, não o contrário, como toda a gente sabe), e até tem alguns condimentos (o triângulo, um homem e duas mulheres, a relação através de fotografias de polaroid) que, a priori e em abstracto, seriam mais do que potencialmente intrigantes. Tem até um bom actor, Elmano Sancho. Mas depois… mas depois é um coisa duma moleza solene, muito sisuda, que se arrasta sem  chegar a lado nenhum, eternamente à espera de algum rasgo, de alguma idiossincrasia ou, já nem pedindo tanto, de alguma genica.