A economia está "menos animadora". Costa quer país a "pedalar com mais força"
Em ano de duas eleições, o primeiro-ministro afirma que é preciso "pedalar" mais para contrariar as "tendências que vêm de fora".
O primeiro-ministro defendeu nesta quarta-feira que Portugal tem de "pedalar com mais força" para contrariar uma fase "menos animadora da economia mundial" e para continuar na "trajectória de convergência com a União Europeia".
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O primeiro-ministro defendeu nesta quarta-feira que Portugal tem de "pedalar com mais força" para contrariar uma fase "menos animadora da economia mundial" e para continuar na "trajectória de convergência com a União Europeia".
"Nesta fase em que a economia mundial dá sinais menos animadores, temos que pedalar com mais força para contrariar as tendências que vêm de fora e conseguirmos suportar, com a nossa capacidade de consumo e de investimento estratégico, o potencial de desenvolvimento e de crescimento económico para sustentar a dinâmica que temos tido e que temos de ser capazes de manter", alertou António Costa.
O primeiro-ministro, que discursava no porto de mar de Viana do Castelo, durante a consignação da obra do acesso rodoviário aquela infra-estrutura portuária, referiu que "não é nenhuma fatalidade para o país, fazendo parte do euro, hesitar entre crescer ou ter contas desequilibradas, entre estar no euro ou ser capaz de continuar a convergir com a União Europeia".
"Já percebemos que não há fatalidade. Só é preciso que haja boas políticas para podermos ter bons resultados. E quando os resultados são bons há que prosseguir as políticas que os permitem alcançar. Hoje, felizmente, temos a margem para fazer mais daquilo que é necessário fazer que é, investir nas infra-estruturas que ajudam a reforçar e a potenciar o investimento privado já realizado, e a potenciar o nosso crescimento, da nossa economia com uma base exportadora forte", sustentou.
"Há boas razões, não para descansarmos, mas para estarmos confiantes de que, se fizermos o que é necessário fazer, iremos chegar a bom porto e continuar a assegurar uma trajectória de convergência com a União Europeia que tem que ser a nossa ambição colectiva", acrescentou.
As palavras de Costa surgem num dia em que a Comissão Europeia afirmou que Portugal tem ainda "muito trabalho" por fazer. O elevado nível de endividamento público e privado, o peso do crédito malparado no sistema financeiro e a baixa produtividade registada na economia levaram a Comissão Europeia a, apesar de assinalar a existência de melhorias, a colocar novamente Portugal no grupo de países com desequilíbrios macroeconómicos.
8,8 quilómetros de rodovia
A construção dos acessos rodoviários, reclamada há 43 anos e consignada esta quarta-feira, representa um investimento de 7,3 milhões de euros.
Em causa está uma rodovia com 8,8 quilómetros, que ligará o porto comercial ao nó da Auto-estrada 28 (A28) em São Romão de Neiva, com duas faixas de rodagem de 3,5 metros de largura, permitindo retirar o tráfego de pesados do interior de vias urbanas. A obra inclui, ainda, a requalificação de um troço e bermas da Estrada Nacional (EN) 13 e a construção de dois novos troços a ligar esta estrada nacional à A28, com acesso directo ao porto comercial.
A obra, com conclusão prevista para Agosto de 2020, é financiada pela Câmara Municipal de Viana do Castelo e pela Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).
Antes, nos estaleiros navais subconcessionados à WestSea, do grupo Martifer, António Costa, acompanhado pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, presidiu à cerimónia de lançamento do concurso para o aprofundamento do anteporto e do canal de acesso aos estaleiros navais e ao cais do bugio.
As obras representam um investimento público de 18,5 milhões de euros e privado de 11 milhões de euros e são, para o primeiro-ministro, um "exemplo" de uma "boa" parceria entre os sectores público e privado.