Facebook e Instagram banem ex-líder de extrema-direita inglesa por discurso de ódio
As contas de Tommy Robinson, fundador da English Defence League, tinham milhares de seguidores e serviam para partilhar conteúdo com discurso de ódio, direccionado a muçulmanos e outras minorias.
O fundador da organização britânica de extrema-direita e anti-islão English Defence League (EDL), Tommy Robinson, foi banido de forma permanente do Facebook e do Instagram “por ter quebrado sucessivamente” as políticas das duas plataformas relativas a discurso de ódio, adiantou o Facebook nesta terça-feira, em comunicado. Robinson, de 36 anos, já tinha sido banido do Twitter no ano passado por “comportamento odioso”.
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O fundador da organização britânica de extrema-direita e anti-islão English Defence League (EDL), Tommy Robinson, foi banido de forma permanente do Facebook e do Instagram “por ter quebrado sucessivamente” as políticas das duas plataformas relativas a discurso de ódio, adiantou o Facebook nesta terça-feira, em comunicado. Robinson, de 36 anos, já tinha sido banido do Twitter no ano passado por “comportamento odioso”.
Em causa nesta nova proibição está “a publicação de material que usa linguagem desumanizante que apela à violência direccionada a muçulmanos”. “Quando há ideias e opiniões que ultrapassam o limite e ascendem a discurso de ódio, que podem criar um ambiente de intimidação e exclusão para certos grupos da sociedade – em alguns casos com implicações offline potencialmente perigosas –, nós agimos”, lê-se no comunicado.
Esta decisão dificulta que o fundador do movimento de extrema-direita consiga alcançar grandes audiências – impedido de usar Instagram, Twitter e Facebook, resta-lhe apenas o YouTube como grande rede online capaz de disseminar o seu conteúdo. O serviço de pagamentos PayPal também anunciou em Novembro que deixaria de processar as transacções de Robinson.
Segundo o jornal britânico The Guardian, a proibição surge um mês depois de o Facebook ter avisado Robinson (cujo nome verdadeiro é Stephen Yaxley-Lennon) de que seria permanentemente banido da plataforma se continuasse a quebrar as regras. Na mira estavam publicações que apelavam a que fosse feita “guerra” contra os muçulmanos, vídeos de pessoas a serem alvo de bullying e outros apelos de violência contra grupos com base na sua etnia ou nacionalidade.
“Esta não é uma decisão leviana, mas os indivíduos e organizações que atacam outros com base em quem são, não têm lugar no Facebook ou no Instagram”, explica a empresa norte-americana no comunicado, dizendo que o discurso de ódio é “inaceitável”.
No curto espaço de tempo em que a conta ainda esteve disponível depois de ter sido tomada a decisão, Robinson publicou um vídeo no Instagram em que acusava o Facebook de o censurar e de estar a conspirar contra si com os órgãos de comunicação social. “Temos de lutar contra esta censura”, reivindicou.
O britânico esteve preso durante 13 meses por desobediência a ordens judiciais por ter filmado em directo para o Facebook nas imediações do tribunal de Leeds – a sua prisão gerou protestos em massa, que exigiam a sua libertação, argumentando que Robinson estava a ser alvo de censura.
A decisão da empresa multimilionária contraria a posição tomada anteriormente: como o PÚBLICO noticiou em Julho, a página ultranacionalista de Robinson (que somava então mais de 900 mil seguidores), tinha “regras especiais” – na altura, o próprio Facebook admitiu que as páginas mais populares tinham direito a excepções quando partilhavam conteúdos ditos problemáticos, sendo alvo de uma “revisão à porta fechada” em vez de uma eliminação imediata.