Mexia dispensou Henrique Gomes da Gás de Portugal porque era preciso cortar custos
O ex-secretário de Estado da Energia de Passos Coelho, Henrique Gomes, indicou no Parlamento que terá sido António Mexia a afastá-lo da Gás de Portugal. Mexia explicou que era preciso tornar a empresa mais eficiente e afastar pessoas que não tinham funções.
O presidente da EDP, António Mexia, afirmou esta terça-feira no Parlamento que nunca mais se lembrou de que tinha dispensado o ex-secretário de Estado da Energia Henrique Gomes quando chegou à Gás de Portugal (grupo Galp) até este ser nomeado para secretário de Estado da Energia do ministro Álvaro Santos Pereira, no Governo de Passos Coelho.
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O presidente da EDP, António Mexia, afirmou esta terça-feira no Parlamento que nunca mais se lembrou de que tinha dispensado o ex-secretário de Estado da Energia Henrique Gomes quando chegou à Gás de Portugal (grupo Galp) até este ser nomeado para secretário de Estado da Energia do ministro Álvaro Santos Pereira, no Governo de Passos Coelho.
Quando esteve na comissão de inquérito, em Janeiro, o antigo secretário de Estado afirmou que foi afastado da Gás de Portugal quando António Mexia assumiu a presidência. Mas, esta terça-feira, o actual presidente da EDP garantiu que a única coisa que fez quando chegou à Gás de Portugal foi tentar tornar a empresa mais eficiente. Havia que cortar custos e é nessa linha que foram identificadas “um conjunto de pessoas" que não eram "necessárias”, afirmou.
“Limitei-me a ser fiel aos meus deveres fiduciários e a não querer pessoas que não sei o que estão ali a fazer”, prosseguiu Mexia, afirmando que normalmente às pessoas que “não têm funções” se chamam "assessores".
Henrique Gomes, pelas explicações do presidente da EDP, era uma dessas pessoas. Mas isso foi algo de que o gestor diz nunca mais se ter lembrado até que Henrique Gomes chegou a secretário de Estado de Estado e alguém o recordou do facto ocorrido anos antes.
Reconhecendo que sempre teve mais interacção com o ministro da Economia Álvaro Santos Pereira do que com o seu secretário de Estado, Mexia sublinhou que, no relacionamento com o Governo, fez aquilo a que “está obrigado”: procurar assegurar que os contratos entre o Estado e a EDP são cumpridos. Foi por isso que se opôs à criação da contribuição extraordinária desenhada por Henrique Gomes para aplicar aos ganhos da empresa, justificou.
O secretário de Estado veio depois a demitir-se considerando que não tinha os apoios necessários para implementar as medidas de cortes no sector energético, sendo substituído por Artur Trindade.
Em Janeiro, Henrique Gomes explicou que se cruzou com o actual presidente da EDP durante “um ou dois meses” na Gás de Portugal, onde tinha deixado de ser administrador quando António Mexia chegou.
"Quando eu saio, fiquei com um contrato como consultor mas dois ou três meses depois foi denunciado. Dizem que foi por qualquer coisa que fiz. Foi uma desculpa esfarrapada", relatou Henrique Gomes.