Portugal melhora desempenho e ocupa 13.º lugar em "ranking" de saúde europeu

Portugal está bem classificado em muitos indicadores mas é o segundo pior, a seguir à Suécia, a ter pior acesso a cuidados primários.

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Manuel Roberto

O Serviço Nacional de Saúde português teve um "forte desempenho" em 2018, colocando Portugal no 13.º lugar do ranking de sistemas de saúde europeus, esta segunda-feira divulgado, faltando melhorar questões como o tempo de agendamento de consultas e as infecções hospitalares.

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O Serviço Nacional de Saúde português teve um "forte desempenho" em 2018, colocando Portugal no 13.º lugar do ranking de sistemas de saúde europeus, esta segunda-feira divulgado, faltando melhorar questões como o tempo de agendamento de consultas e as infecções hospitalares.

O ranking Euro Health Consumer Index classifica anualmente 35 serviços nacionais de saúde na Europa com base em indicadores como direitos e informação dos pacientes, acessibilidade, resultados, diversidade e abrangência dos serviços prestados, prevenção e produtos farmacêuticos. A lista é elaborada desde 2006 pela organização Health Consumer Powerhouse.

Em 2018, Portugal obteve 754 pontos, melhorando face aos 747 registados no ano anterior devido a um "forte desempenho", o que lhe possibilitou passar de 14.º para 13.º lugar.

A liderar o ranking está a Suíça (893 pontos), seguindo-se a Holanda (883), a Noruega (857), a Dinamarca (855) e a Bélgica (849).

Em sentido inverso, o pior classificado é a Albânia (544 pontos), seguida pela Roménia (549), Hungria (565), Polónia (585) e Bulgária (591).

Apesar da melhor classificação face ao ano anterior, Portugal continua de fora do "clube dos 800", ou seja, dos países que obtiveram 800 pontos nos indicadores avaliados, num ranking em que o máximo é mil.

A pontuação de Portugal reparte-se em 108 pontos para os direitos e informação dos pacientes (de um máximo de 125 atribuídos), 163 pontos na acessibilidade (de um máximo de 225), em 222 nos resultados (máximo de 278), 94 na diversidade e abrangência dos serviços prestados (máximo de 125), 89 na prevenção (máximo de 119) e 78 nos produtos farmacêuticos (máximo de 89).

Há, porém, questões a melhorar. No seu relatório, a Health Consumer Powerhouse nota que "Portugal é o único país europeu a ter pior acesso a cuidados primários além da Suécia", já que o prazo estimado para conseguir uma consulta, nomeadamente em centros de saúde, é até 15 dias.

Dos países analisados (com excepção de Montenegro, para o qual não são revelados dados), Portugal é, também, o quarto pior classificado no que toca a "infecções hospitalares adquiridas sendo resistentes", atrás da Roménia, de Malta e da Sérvia.

Portugal fica ainda em sétimo lugar no conjunto dos países com maior tempo de espera para tratamentos de cancro e é o segundo pior (sem contar com a Albânia) nas carências não satisfeitas em exames dentários.