Ainda não há acordo, mas EUA e China prolongaram trégua
Donald Trump anunciou a possibilidade de, durante o mês de Março, Xi Jinping visitar os EUA para assinar um acordo comercial, cujos contornos não são ainda conhecidos
Os detalhes em relação aos avanços conseguidos nas negociações comerciais entre as duas partes ainda não são conhecidos e subsistem dúvidas em relação a diversas matérias em discussão, mas Donald Trump, através da sua conta no Twitter, deu ontem o sinal mais concreto de que um entendimento entre os EUA e a China pode estar perto de ser alcançado, anunciando um prolongamento da trégua que era suposto terminar na próxima sexta-feira e afirmando que Xi Jinping visitará os EUA para selar o acordo já durante o mês de Março.
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Os detalhes em relação aos avanços conseguidos nas negociações comerciais entre as duas partes ainda não são conhecidos e subsistem dúvidas em relação a diversas matérias em discussão, mas Donald Trump, através da sua conta no Twitter, deu ontem o sinal mais concreto de que um entendimento entre os EUA e a China pode estar perto de ser alcançado, anunciando um prolongamento da trégua que era suposto terminar na próxima sexta-feira e afirmando que Xi Jinping visitará os EUA para selar o acordo já durante o mês de Março.
Este domingo ao fim do dia, o Presidente dos Estados Unidos classificou as discussões entre as autoridades norte-americanas e chinesas sobre o comércio entre os dois países como “muito produtivas”, afirmando que se tem vindo a registar um “progresso substancial” nas negociações. Por isso, disse, decidiu “adiar o aumento das taxas alfandegárias que estava agendado para 1 de Março”.
No final de 2018, Donald Trump tinha começado por anunciar uma subida das taxas alfandegárias aplicadas a 200 mil milhões de dólares de produtos importados chineses de 10% para 25%. No entanto, quando se reuniu com o seu homólogo chinês no encontro do G20 em Buenos Aires, o Presidente norte-americano aceitou estabelecer um período de trégua até 1 de Março para que os dois países pudessem evitar uma escalada do confronto e chegar a um acordo comercial.
Ao longo das últimas semanas, foram realizados diversos encontros de carácter técnico e político entre as duas partes, o último dos quais este fim-de-semana. Do lado dos EUA, o objectivo é reduzir o défice comercial que regista face à China, tentando que o gigante asiático faça mais compras dos seus produtos e abra as portas do mercado às suas empresas. Do lado da China, já foi anunciada a intenção de aumentar as compras aos EUA e anuladas as leis que forçavam as empresas estrangeiras a transferir tecnologia para a China, mas não tem sido mostrada disponibilidade para realizar mudanças estruturais que coloquem em causa o sucesso da sua economia, como a diminuição do apoio público em diversos sectores.
Não foi, para já, revelado qualquer acordo entre as duas partes, mas Donald Trump garantiu haver compromissos estabelecidos em questões chave, como a não obrigatoriedade de entrega de tecnologia por parte das empresas americanas que queiram operar na China o o reforço das compras de produtos agrícolas (principalmente soja) e energéticos (gás natural) aos EUA por parte da China.
“Assumindo que ambas as partes realizam progressos adicionais, estamos a planear uma cimeira entre o Presidente Xi e eu próprio, em Mar-a-Lago [o retiro de férias de Donald Trump], para concluir o acordo”, escreveu o Presidente norte-americano.