Está a formar-se um icebergue na Antárctida com 20 vezes a área de Lisboa
Apesar da grande dimensão, o futuro icebergue não deverá estar na lista dos 20 maiores da Antárctida. Ainda assim, pode pôr em risco uma estação de investigação britânica.
As imagens obtidas pelo satélite Landsat 8, a 23 de Janeiro de 2019, mostram que, na plataforma de gelo Brunt, na Antárctida, há duas fissuras que se podem intersectar num futuro próximo. Além da fissura Halloween, que apareceu em 2016 e continua a crescer para leste, há uma outra fissura que se encontrava estável há 35 anos e cuja abertura começou a acelerar a norte, a um ritmo de quatro quilómetros por ano, podendo encontrar-se com a Halloween. Se ambas se cruzarem, haverá um icebergue de 1700 quilómetros quadrados que se separará da plataforma de gelo, ficando à deriva.
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As imagens obtidas pelo satélite Landsat 8, a 23 de Janeiro de 2019, mostram que, na plataforma de gelo Brunt, na Antárctida, há duas fissuras que se podem intersectar num futuro próximo. Além da fissura Halloween, que apareceu em 2016 e continua a crescer para leste, há uma outra fissura que se encontrava estável há 35 anos e cuja abertura começou a acelerar a norte, a um ritmo de quatro quilómetros por ano, podendo encontrar-se com a Halloween. Se ambas se cruzarem, haverá um icebergue de 1700 quilómetros quadrados que se separará da plataforma de gelo, ficando à deriva.
Segundo o relatório da NASA, apesar de ter o dobro do tamanho de Nova Iorque – o equivalente a 20 vezes a área da cidade de Lisboa –, o futuro icebergue não será “terrivelmente grande”, não estando sequer na lista dos 20 maiores da Antárctida. Ainda assim, “pode ser o primeiro icebergue a separar-se da plataforma de gelo Brunt desde que as observações começaram em 1915”, diz o relatório.
Esta separação, escreve a NASA, pode pôr em causa a segurança de quem trabalha nesta plataforma de gelo, nomeadamente os cientistas da estação Halley VI, do British Antarctic Survey. A estação – construída em 1956 para estudar a atmosfera da Terra – já mudou de sítio duas vezes nos últimos anos devido às fissuras.
Segundo dados da NOAA, a agência para os oceanos e a atmosférica dos Estados Unidos, o mês de Janeiro deste ano foi o terceiro mais quente dos últimos 140 anos, com uma temperatura global a rondar os 12,88 graus Celsius.
Estas temperaturas tiveram também impacto nas águas do oceano Antárctico, na costa sul da África do Sul e do oceano Pacífico. No geral, a temperatura da superfície do mar esteve cerca de 0,65 graus Celsius acima da média global para o século XX (de 15,8 graus Celsius), sendo a terceira mais elevada desde que há registos para o mês de Janeiro.