Afinal, o FarFarOut é que é o planeta mais distante do nosso sistema solar
Ainda se sabe pouco sobre o agora descoberto FarFarOut. A equipa de astrónomos acredita que para lá de Plutão, Biden e Goblin, está o planeta mais longínquo da Terra até agora localizado.
O astrónomo Scott Sheppard, da Instituição Carnegie para a Ciência, na cidade de Washington (EUA), descobriu o planeta mais distante do nosso sistema solar. Até agora, pensava-se que o título ia para um planeta descoberto em Dezembro pelo mesmo astrónomo, que é tão remoto e invulgar que os cientistas decidiram chamar-lhe FarOut (do inglês “longínquo”, “invulgar”, “bizarro”, “extraordinário”).
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O astrónomo Scott Sheppard, da Instituição Carnegie para a Ciência, na cidade de Washington (EUA), descobriu o planeta mais distante do nosso sistema solar. Até agora, pensava-se que o título ia para um planeta descoberto em Dezembro pelo mesmo astrónomo, que é tão remoto e invulgar que os cientistas decidiram chamar-lhe FarOut (do inglês “longínquo”, “invulgar”, “bizarro”, “extraordinário”).
Por partilhar as mesmas características do seu antecessor, o novo planeta ganhou a alcunha de FarFarOut. A descoberta foi anunciada durante uma palestra de Sheppard que decorreu na última sexta-feira em Washington e se centrava na sua procura pelo misterioso Planeta X, por vezes designado Planeta 9, e que segundo aquele astrónomo terá cinco a dez vezes o tamanho da Terra.
No vídeo agora publicado no site da instituição, o astrónomo responsável pela descoberta conta que descobriu o objecto por acaso depois da palestra em que ia falar ter sido cancelada. "Ontem nevou e a palestra onde ir falar foi cancelada. Como não tinha nada para fazer, fui analisar alguns dados antigos das nossas investigações. Peguei no telescópio e encontrei este objecto", diz o investigador.
O FarFarOut está a cerca de 140 vezes mais distante do Sol do que a Terra (o nosso planeta encontra-se a 150 milhões de quilómetros do Sol, distância essa que representa uma unidade astronómica, ou UA). Caso a localização do planeta se confirme, Sheppard vai ultrapassar a sua anterior descoberta do FarOut, o planeta-anão a 120 UA e que era, na altura, o mais longínquo da Terra, devendo ser rosado, estar coberto de gelo e ter um movimento muitíssimo lento.
Sobre o objecto agora descoberto ainda não existe muita informação e o astrónomo também não lhe conhece nenhuma característica específica, mas a sua equipa está a planear uma observação adicional. Depois, dentro de alguns meses, deverá seguir-se um artigo oficial da descoberta.
Scott Sheppard acredita que descobrir estes objectos é uma conquista em si, mas compreendê-los será também útil na procura pelo Planeta X. "Quanto mais objectos encontrarmos, melhor podemos entender o que está para lá do nosso sistema solar e estamos mais perto do planeta que acreditamos que está a moldar as suas órbitas", disse o astrónomo ao site Sciente Alert na altura em que tinha descoberto com a sua equipa o FarOut.
Quanto ao FarOut e ao FarFarOut, ainda não se conhecem bem as suas órbitas, pelo que não sabe se terão alguma influência gravitacional do tal Planeta X. A existência deste nono planeta principal nos confins do sistema solar foi proposta por esta mesma equipa de investigadores em 2014, quando anunciaram a descoberta do planeta 2012 VP113, ou Biden, a sua alcunha, e que actualmente está a 84 UA do Sol, lembrava em Dezembro o comunicado da Instituição Carnegie para a Ciência sobre o anúncio do FarOut.
O Planeta X, no entanto, ainda não foi localizado. Em Outubro, a mesma equipa tinha anunciado a descoberta de um outro objecto distante no nosso sistema solar – o 2015 TG387, a que deu a alcunha de O Goblin.