António Costa pede “novo contrato social” para o século XXI

Líder do PS e primeiro-ministro português foi à Cimeira do PES em Madrid dizer que as próximas eleições europeias vão ser “uma batalha entre a esperança e o medo” e apelar aos espanhóis que votem em Pedro Sánchez.

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António Costa defendeu a aposta na União Europeia em Madrid LUSA/KIKO HUESCA

O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu este sábado em Madrid a criação de um “novo contrato social” na Europa que dê esperanças aos jovens que nasceram no século XXI e vão votar pela primeira vez nas eleições europeias de 26 de Maio.

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O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu este sábado em Madrid a criação de um “novo contrato social” na Europa que dê esperanças aos jovens que nasceram no século XXI e vão votar pela primeira vez nas eleições europeias de 26 de Maio.

“Precisamos de um novo contrato social que abra as oportunidades, as portas e a esperança a esta nova geração”, começou por dizer António Costa, na convenção do Partido Socialista Europeu (PES), onde se afinou o discurso de campanha desta família política para as eleições europeias de Maio, e no final da qual foi aprovado o manifesto “um novo contrato social para a Europa”. “Um contrato social para um mundo mais justo, livre e sustentável”, nas palavras do líder do PS.

“Estas eleições vão ser sobre o futuro”, começou por dizer António Costa, defendendo a necessidade de garantir aos mais jovens “a melhor educação, o acesso a empregos justos e decentes e a possibilidade de constituírem família da maneira que quiserem”. Mas sem nunca esquecer o passado, advertiu, lembrando as lições da História, “a sua dimensão dramática das guerras, das ditaduras, da pobreza”.

Lições a recordar porque, sustentou, estas eleições vão também “ser uma batalha entre a esperança e o medo” - ou os medos que “têm sido promovidos pelo populismo”, pelos “nacionalismos e proteccionismos crescentes que comprometem o crescimento económico”. Medos alimentados, frisou ainda, pelo “chauvinismo e racismo que bloqueiam a esperança de construir um lar, a esperança da paz, da democracia, da liberdade, da justiça social, de todos os valores que nós representamos”.

“Não, uma Europa mais forte no mundo não vai ser criada pela transformação do Mediterrâneo num cemitério de seres humanos”, proclamou António Costa, colocando o dedo na ferida dos discursos anti-estrangeiros para os confrontar com a missão da Europa pré-euro: “A Europa com que Mário Soares e Felipe González sonharam é uma Europa de valores, e é essa que nós queremos construir, porque é essa a Europa que tem futuro”.

Falando “numa mistura de português e espanhol”, o primeiro-ministro português, que foi apresentado pela speaker como “uma inspiração e um exemplo a seguir pela família socialista europeia nos últimos três anos e meio”, Costa passou então a conteúdos mais programáticos. Defendeu a erradicação da pobreza na Europa, o combate às desigualdades sociais, de género e regionais e a promoção de uma economia mais dinâmica “para todos os cidadãos europeus”.

“Temos de lutar contra as alterações climáticas, investir mais em inovação, temos que garantir que as pequenas e médias empresas podem competir com as grandes multinacionais que não pagam impostos na Europa”, defendeu ainda. E nenhum destes desafios, sublinhou, “pode ser melhor resolvido fora da Europa ou sem a Europa”.

António Costa terminou a sua intervenção, fazendo um apelo ao voto do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) tanto nas eleições legislativas antecipadas que se vão realizar em 28 de Abril, como nas europeias, quase um mês depois, a 26 de Maio.

“A votação de 28 de Abril é tanto ou mais importante que as europeias”, disse o chefe do Governo português, acrescentando que o voto em Pedro Sánchez, como primeiro-ministro, “faz falta ao futuro da Europa” no Conselho Europeu, uma das instituições europeias onde têm assento apenas os chefes de Estado e de Governo.

A convenção do PSE encerrou com as intervenções do candidato “comum” socialista à presidência da Comissão Europeia, o holandês Frans Timmermans, e do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.