Rangel no gabinete de crise de Guaidó: “O comboio humanitário é a semente da mudança”
A partir da ponte Tienditas, fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, o eurodeputado relata que há cada vez mais militares venezuelanos a passar para o lado de Guaidó.
O eurodeputado Paulo Rangel está este sábado ao lado de Juan Guaidó no gabinete de crise improvisado junto à fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, onde testemunha a chegada de militares venezuelanos que desertaram para vir apoiar o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, que foi reconhecido por 50 países.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O eurodeputado Paulo Rangel está este sábado ao lado de Juan Guaidó no gabinete de crise improvisado junto à fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, onde testemunha a chegada de militares venezuelanos que desertaram para vir apoiar o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, que foi reconhecido por 50 países.
“Estou em pleno gabinete de crise, onde está o Juan Guaidó e o Presidente da Colômbia, Iván Duque, e neste momento chegaram vários militares que desertaram e vieram fazer um juramento de fidelidade ao Comandante Supremo. Isto é uma coisa única”, afirmou este vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE) ao PÚBLICO quando eram 17 horas em Lisboa.
Paulo Rangel é o único português que integra a delegação do maior grupo político do Parlamento Europeu que viajou para a Colômbia na sexta-feira para apoiar Guaidó no momento crítico da pressão para a entrada de ajuda humanitária na Venezuela. Os outros três eurodeputados, entre eles o vice-presidente do PPE Gonzalez Pons, são espanhóis.
Mas se ali, junto à ponte Tienditas, os 14 camiões carregados com 20 toneladas de alimentos, medicamentos e produtos farmacêuticos continuam retidos, alguma coisa pode já ter começado a mudar. “Esta crise do comboio humanitário desencadeou um conjunto de apoios internos de gente que não compreende porque é que Nicolás Maduro não aceita a sua entrada. Isso está a criar uma reacção no país inteiro, tanto na população como nas Forças Armadas, especialmente entre as baixas patentes”, disse Rangel ao PÚBLICO.
“Mais do que cruzar a fronteira para a Venezuela, isto pode ser a semente de um movimento de mudança interna, no interior do país. A recusa do Maduro está a criar uma onda de insatisfação enorme, instiga a população e os militares”, acrescenta o eurodeputado, concluindo que “a ajuda humanitária é uma espécie de senha para o movimento de revolução”.
Segundo as informações que vão tendo no gabinete de crise, está a haver movimentações em toda a Venezuela de adesão ao Presidente Guaidó.
“A ajuda humanitária é uma espécie de senha para o movimento de revolução, Aconteça o que acontecer, corra bem ou mal, alguma coisa já começou a mudar”, rematou. Pouco depois de falar com o PÚBLICO, anunciou no Twitter mais uma prova disso mesmo: “Um grupo de mulheres polícias colocadas na fronteira por Maduro para servirem de escudo humano acabam de passar para o lado do governo legítimo de Juan Guaidó. Facto muito celebrado no centro logístico”.