Casa da Diversidade: Lisboa vai acolher Centros municipais LGBTI e da Multiculturalidade

Arroios, aquela que é a freguesia mais multicultural da capital, vai contar com um Centro que apoia as comunidades LGBTI e minorias no combate à discriminação e violência.

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Reuters/CARLOS JASSO

A Câmara de Lisboa discute na próxima quarta-feira uma proposta do vereador dos Direitos Sociais, de um acordo para a instalação da "Casa da Diversidade" em Arroios, constituída pelo Centro Municipal LGBTI e Centro Municipal para a Interculturalidade.

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A Câmara de Lisboa discute na próxima quarta-feira uma proposta do vereador dos Direitos Sociais, de um acordo para a instalação da "Casa da Diversidade" em Arroios, constituída pelo Centro Municipal LGBTI e Centro Municipal para a Interculturalidade.

O acordo de cooperação entre o Município e a Junta de Freguesia de Arroios vai permitir o desenvolvimento do projecto "Casa da Diversidade", constituída pelo Centro Municipal LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Intersexo) e o Centro Municipal para a Interculturalidade, a instalar no Mercado Forno do Tijolo.

O Centro Municipal LGBTI será "um espaço para as comunidades LGBTI, em que funcionará uma rede de serviços de informação e atendimento específicos para vítimas de discriminação e violência, com base na orientação sexual e/ ou identidade de género ou características sexuais".

O Centro Municipal para a Interculturalidade prevê-se que seja "um espaço de encontro, partilha e cooperação entre as diversas entidades que intervêm na área da interculturalidade" e será instalado na freguesia mais multicultural da capital, onde vivem pessoas de 79 nacionalidades diferentes.

As organizações que estarão envolvidas na gestão do espaço ainda não estão definidas: "Estamos a trabalhar num regulamento de gestão do espaço que irá permitir que ele seja utilizado por todas as organizações e projectos sociais que assim o queiram", respondeu à Lusa fonte do gabinete de Manuel Grilo.

"Queremos que seja um espaço de encontro e de trabalho para potenciar novas e melhores respostas na cidade. Para isso, garantiremos espaços diversificados, tanto com espaços de 'co-work' como com gabinetes adaptados para atendimento social e médico, se necessário", afirmou.

Questionado acerca do valor das obras a cargo da Câmara de Lisboa, fonte do gabinete de Manuel Grilo explicou que a Casa da Diversidade está ainda "em fase de projecto", pelo que não é possível adiantar para já um valor concreto de obra.

Contudo, adiantou que "a opção de reconverter parte do Mercado da Forno de Tijolo vai permitir poupar tempo e dinheiro, juntando o útil ao agradável".

De acordo com a proposta que será discutida na reunião pública do executivo municipal, um espaço da nave central do Mercado Forno do Tijolo será cedido à Junta de Freguesia, "a título gratuito e definitivo", enquadrado por um protocolo de cedência.

Segundo o vereador bloquista na Câmara de Lisboa, "este é um espaço pedido há muito tempo por várias organizações e que vem responder à dispersão dos espaços existentes, mas também à precariedade de espaços das organizações com menos recursos".

As obras deverão estar prontas "a partir do final de 2020", altura em que "a freguesia mais diversa de Lisboa será a casa da Casa da Diversidade".

Segundo os censos de 2011, o número de residentes de nacionalidade estrangeira na freguesia de Arroios ascendia a 9.513, cerca de 29,49% da população total, aponta-se na fundamentação da proposta.

"Conhecida como sendo a freguesia mais multicultural do município com 79 nacionalidades a viver, trabalhar ou frequentar Arroios, esta freguesia assume uma localização fundamental para as respostas na área da interculturalidade, da diversidade e no combate às exclusões", sustenta a proposta.