Jogadores de equipa de Viseu dormiam no chão e passavam fome
Ministério Público acusa o ex-presidente do Grupo Desportivo de Canas de Senhorim de aliciar jogadores estrangeiros em situação ilegal. Salários não eram pagos e necessidades alimentares dos futebolistas descuradas.
O Ministério Público (MP) acusa o ex-presidente do Grupo Desportivo de Canas de Senhorim (Divisão de Honra da Associação de Futebol de Viseu) de aliciar jogadores estrangeiros. Segundo o MP, Paulo Guilherme, ex-presidente do clube, prometia contratos profissionais, alojamento e alimentação, mas nunca os chegaria a cumprir.
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O Ministério Público (MP) acusa o ex-presidente do Grupo Desportivo de Canas de Senhorim (Divisão de Honra da Associação de Futebol de Viseu) de aliciar jogadores estrangeiros. Segundo o MP, Paulo Guilherme, ex-presidente do clube, prometia contratos profissionais, alojamento e alimentação, mas nunca os chegaria a cumprir.
De acordo com a acusação do Ministério Público, Paulo Guilherme, ex-dirigente do clube, aliciava cidadãos que sabia estarem em situação ilegal. Em consequência dos factos que remontam a 2016 e 2017, o antigo presidente está acusado de 14 crimes de auxílio à imigração ilegal e tráfico de pessoas, dois na forma tentada e um crime de falsificação de documento.
A notícia avançada pelo Jornal do Centro e citada pelo Jornal de Notícias detalha as más condições de vida dos atletas. Muitos deles dormiam no chão, num anexo do complexo desportivo sem condições de habitabilidade e passavam fome. O MP detalha que seria o próprio arguido a fazer as compras alimentares para os jogadores. A comida, além de escassa, seria de má qualidade e resumia-se a carne, massa, feijão, arroz, pão e maça, relata a acusação.
Ao Ministério Público, o antigo dirigente negou todos os factos de que é acusado, afirmando que os inspectores do SEF estariam a “instrumentalizar” as testemunhas. O arguido imputou ainda a terceiros a responsabilidade das contratações.
Em Abril, o SEF identificou cinco jogadores estrangeiros em situação ilegal no Grupo Desportivo de Canas de Senhorim. O arguido chegou a contratar seis jogadores a termo certo, mas para as funções de jardineiro, empregado de limpeza, roupeiro ou guarda-nocturno.