Remodelação do Governo foi “feita em família”, ironiza Santana
É difícil fazer uma remodelação perto de eleições, porque “não sabe se ganha ou não”, comenta o ex-presidente do PSD.
O presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, classificou nesta terça-feira como “normal” e sem “nada de censurável” a remodelação do Governo, efectuada por António Costa, considerando ser “uma remodelação em família”.
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O presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, classificou nesta terça-feira como “normal” e sem “nada de censurável” a remodelação do Governo, efectuada por António Costa, considerando ser “uma remodelação em família”.
“É uma remodelação em família, portanto é tranquila, não tem problema”, disse Santana Lopes aos jornalistas à margem de um debate em Lisboa, promovido pela Aliança. Assinalando que o primeiro-ministro “escolheu ministros para candidatos ao Parlamento Europeu”, Santana defendeu que, “naturalmente, tem de os substituir”. E assinalou: “Acho que foi normal, não tem nada de censurável na minha opinião.”
No Governo, a nova ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, em substituição de Maria Manuel Leitão Marques, que é a número dois da lista do PS nas próximas eleições ao Parlamento Europeu, é filha do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva. Mas já integrava o executivo como secretária de Estado adjunta, participando nas reuniões do Conselho de Ministros, sendo do núcleo duro político do primeiro-ministro, António Costa. Já a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, é casada com Eduardo Cabrita, titular da pasta da Administração Interna, anterior ministro adjunto, colaborador e amigo de Costa desde a faculdade. Santana Lopes não especificou se o seu comentário se referia a estas circunstâncias familiares ou à grande proximidade política destes socialistas com o secretário-geral do PS, e à não entrada de personalidades independentes para o Governo.
Santana, que foi primeiro-ministro e presidente do PSD, referiu que, “quando se faz uma remodelação próximo de eleições, normalmente não há ninguém que queira ir para o Governo”, uma vez que “não sabe se ganha ou não”. Pelo que destacou que “as opções, não pondo em causa o mérito dos convidados, também podem revelar isso, que o primeiro-ministro sabe isso”.