A China abriu um "hotel do futuro". Há alguns humanos
Quase tudo é feito por robots e via alta tecnologia. O FlyZoo, projecto do gigante Alibaba, abriu para fazer-nos entrar num outro futuro da hotelaria.
Parece saído de um romance distópico ou de um filme de ficção científica, mas as portas do FlyZoo abriram-se realmente. Neste hotel futurista, que marca uma estreia no sector hoteleiro do grupo Alibaba, gigante chinês do comércio electrónico, quase tudo é feito por robots e alta tecnologia.
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Parece saído de um romance distópico ou de um filme de ficção científica, mas as portas do FlyZoo abriram-se realmente. Neste hotel futurista, que marca uma estreia no sector hoteleiro do grupo Alibaba, gigante chinês do comércio electrónico, quase tudo é feito por robots e alta tecnologia.
Esqueça as chaves, os cartões e as pulseiras. Aqui, quase tudo é acedido através do reconhecimento facial do cliente. No hall de entrada, vários pódios electrónicos acolhem os hóspedes para o check-in, fazendo a primeira análise dos rostos e dos cartões de identificação. Nos elevadores, as caras são novamente reconhecidas para verificar os pisos do edifício a que o cliente pode aceder. E para entrar num dos 290 quartos, há nova varridela digital para confirmar que aquele é mesmo o aposento que lhe pertence.
No interior do quarto, já será de esperar a este ponto da descrição, é através de um comando de voz que se muda a temperatura, se fecham e se abrem cortinas, se ajusta a luminosidade ou se requisita o serviço de quartos. Antes de sair para o restaurante, o hóspede pode fazer o pedido através da aplicação móvel da unidade hoteleira. E, quando lá chegar, robots altos em forma de cápsula já estarão prontos para entregar-lhe a refeição. No bar, um braço mecânico é o mixólogo de todas as noites, capaz de fazer mais de 20 cocktails diferentes. E robots em forma de disco, com cerca de um metro de altura, entregam comida e toalhas limpas no quarto.
“É tudo uma questão de eficiência do serviço e de consistência do mesmo, porque os robots não são perturbados pelos humores humanos. Às vezes, dizemos que não estamos com vontade, mas os robots estarão sempre de bom humor”, afirmou, citado pela agência Reuters durante a apresentação aos jornalistas, Andy Wang, director-executivo do Alibaba Future Hotel Management, que supervisiona o projecto hoteleiro.
Segundo a empresa, este recurso à alta tecnologia permite reduzir drasticamente o custo com trabalhadores e elimina a necessidade de os hóspedes interagirem com outras pessoas.
Há, no entanto, humanos a trabalhar no FlyZoo (embora o Alibaba tenha recusado revelar quantos, refere a Reuters), incluindo cozinheiros, camareiros e recepcionistas, que garantem o check-in dos clientes que recusarem permissão ao sistema de reconhecimento facial. De acordo com Andy Wang, estes dados são imediatamente apagados do sistema após o check-out, feito com um clique na aplicação móvel. A conta cai automaticamente no sistema de pagamento online do Alibaba.
Inaugurado a 18 de Dezembro, o FlyZoo fica na cidade de Hangzhou, a cerca de 170 quilómetros de Xangai e a poucos passos de distância dos escritórios do Alibaba.
O projecto acaba por funcionar igualmente como uma incubadora, para testar as tecnologias que o gigante chinês pretende vender à indústria hoteleira no futuro e como uma montra para a destreza da empresa no campo da inteligência artificial.
É ainda uma experiência que testa os níveis de conforto do consumidor com sistemas comerciais não-humanos, especialmente focado no mercado chinês, onde as tecnologias intrusivas de partilha de dados são mais toleradas e cada vez mais comuns.
O robot-hotel japonês que "despediu" os robots
Poucas semanas depois de o FlyZoo abrir portas, o hotel japonês Henn na, reconhecido pelo Livro de Recordes da Guinness como o primeiro hotel robótico do mundo, inaugurado em 2013, anunciou ter “despedido” metade dos seus 243 robots, depois de concluir que estes criavam mais problemas do que aqueles teriam vindo resolver.
Tantos os dinossauros robotizados da recepção como os “assistentes” que existiam em cada quarto, por exemplo, não estavam aptos a responder a muitas das dúvidas dos hóspedes, os robots que deveriam entregar as bagagens só chegavam a 24 dos mais de 100 quartos, outros já não funcionavam ou careciam de manutenção.