Chineses da HNA reforçam posição na TAP para 9%

HNA subiu capital na Atlantic Gateway para 20%, no âmbito do acordo feito com Humberto Pedrosa e David Neeleman, o que lhe dá uma posição indirecta de 9% na transportadora aérea portuguesa.

Foto
Nuno Ferreira Santos/ Arquivo

O grupo chinês HNA voltou a reforçar a sua posição como accionista da TAP, através da Atlantic Gateway – que congrega também as participações de Humberto Pedrosa e de David Neeleman. Neste momento, e com a oficialização do reforço efectuada neste mês de Fevereiro, a HNA é já dona de 20% deste consórcio, o que lhe dá uma participação indirecta de 9% na transportadora aérea portuguesa, ficando os outros 80% da Atlantic Gateway divididos ao meio entre Humberto Pedrosa e David Neeleman.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O grupo chinês HNA voltou a reforçar a sua posição como accionista da TAP, através da Atlantic Gateway – que congrega também as participações de Humberto Pedrosa e de David Neeleman. Neste momento, e com a oficialização do reforço efectuada neste mês de Fevereiro, a HNA é já dona de 20% deste consórcio, o que lhe dá uma participação indirecta de 9% na transportadora aérea portuguesa, ficando os outros 80% da Atlantic Gateway divididos ao meio entre Humberto Pedrosa e David Neeleman.

Até aqui, a HNA detinha 12% da Atlantic Gateway, depois de um outro reforço efectuado há pouco mais de um ano, em Janeiro de 2018.

De acordo com Humberto Pedrosa, “estava previsto desde o início” da entrada da HNA no capital da Atlantic Gateway que o grupo chinês “iria ficar com 20% da participação para assim poder consolidar nas suas contas”. Assim, explicou o empresário português ao PÚBLICO, “esta era a última fatia que faltava concretizar contratualmente”.

O ciclo que agora se fecha, com a diminuição das participações de Pedrosa e Neeleman, teve início de Julho de 2017, data em que a HNA formalizou a compra da primeira fatia do consórcio que detém 45% do capital da TAP na sequência da privatização feita pelo anterior executivo PSD/CDS e alterada pelo actual Governo PS (que garantiu 50% nas mãos do Estado, com os outros 5% a serem detidos por alguns trabalhadores na sequência da OPV).

Poucos dias antes, os dois sócios tinham aumentado o capital da Atlantic Gateway de um milhão para 1,2 milhões de euros, iniciando depois um processo faseado de venda de capital para a HNA.  

HNA reduz no Deutsche Bank

Mesmo representando um negócio de pequena escala para o tamanho grupo chinês, este reforço surge numa altura em que a HNA está a seguir uma estratégia de venda de activos para reduzir o seu endividamento.

Este domingo, o Financial Times noticiou que o grupo tinha voltado a descer a sua posição no Deutsche Bank, uma das mais emblemáticas, para 6,3%, depois de ter detido perto de 10%.

Após uma vaga de aquisições no estrangeiro contabilizada em cerca de 40 mil milhões de dólares, com forte recurso a empréstimos bancários, a HNA tem tentado ao longo do último ano evitar que as dívidas de cerca de 100 mil milhões de dólares que acumulou, conforme contabilizou o FT este domingo, não esmaguem o grupo. 

Apesar de se ter transformado num conglomerado com vários negócios, foi no sector da aviação que a empresa nasceu em 1993, na ilha de Hainan (a região era uma zona económica especial).

Dona de transportadoras aéreas como a Hainan e a Beijing Capital Airlines, além de outros interesses no turismo, a HNA foi também accionista da Azul, transportadora aérea brasileira criada por Neeleman e de onde veio o actual presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves. 

A HNA acabou por vender a posição que detinha na Azul em Agosto do ano passado (de acordo com a Reuters, os compradores foram investidores institucionais norte-americanos).

Entretanto, espera-se o regresso das ligações directas entre a China e Portugal.

A nova rota  Lisboa-Pequim, operada pela Beijing Capital Airlines, vai implicar uma escala em Xian. Isto depois da suspensão, em Outubro do ano passado, da rota entre as duas capitais - e que no caso de China seguia ainda até Hangzhou, -  justificada pela falta de rentabilidade.

Notícia corrigida às 13h50, dando nota de que a HNA já não é accionista da Azul