Mortes por insuficiência cardíaca vão aumentar 73% em 2036, prevê estudo

O factor apontado pelos autores do estudo é o envelhecimento da população em Portugal.

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PÚBLICO

As mortes por insuficiência cardíaca vão aumentar 73% em 2036, comparando com a mortalidade em 2014, devido ao envelhecimento da população, segundo estimativas de um estudo sobre a carga da doença em Portugal continental.

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As mortes por insuficiência cardíaca vão aumentar 73% em 2036, comparando com a mortalidade em 2014, devido ao envelhecimento da população, segundo estimativas de um estudo sobre a carga da doença em Portugal continental.

A projecção feita pelos investigadores do Centro de Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa prevê também que a carga total da doença, que engloba os anos de vida perdidos por morte e incapacidade, vai sofrer um aumento de 28% face a 2014, o equivalente a 16,8 mil anos de vida perdidos por morte prematura e 10,3 mil anos perdidos devido à incapacidade gerada pela insuficiência cardíaca.

"Vamos ter um aumento de pouco mais de 70% das mortes devido à insuficiência cardíaca, apenas pelo efeito do envelhecimento da população", disse à agência Lusa Miguel Gouveia, um dos investigadores do estudo divulgado a propósito do Dia do Doente Coronário, que se assinala na quinta-feira.

Apesar de a insuficiência cardíaca afectar as pessoas a partir da idade adulta, é mais prevalente em pessoas mais idosas e a população portuguesa está a envelhecer rapidamente. "Portanto, esta é uma doença que não só é muito pesada agora como é uma doença que vai de certa maneira ter um peso muito crescente com o envelhecimento da população", disse Miguel Gouveia, economista e professor da Universidade Católica.

O investigador adiantou que o estudo "tenta estabelecer factos e estimar tendências" e que "seria agora interessante começar a entrar em detalhes de como o sistema de saúde pode lidar com o problema". "É possível que o sistema de saúde invista na melhoria desta doença, na prevenção da mortalidade prematura, na melhoria da qualidade de vida, reduzindo a incapacidade das pessoas", adiantou.

Para Miguel Gouveia, este investimento será provavelmente "bastante rentável, porque é um problema grande e qualquer coisa que se consiga fazer" para o resolver dará "muitos resultados". "Este é um estudo que vale a pena fazer, como o sistema de saúde pode optimizar, pode melhorar a forma como lida com este problema, de maneira a termos os melhores resultados possíveis", defende.

A insuficiência cardíaca é uma situação clínica debilitante e potencialmente fatal, em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para todo o corpo.

O estudo, realizado em colaboração com o Centro de Estudos Aplicados da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica, e com o apoio de uma bolsa de investigação da farmacêutica Novartis, contou com a participação de investigadores da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizada dos Olivais, da Unidade de Insuficiência Cardíaca do Departamento de Medicina Interna e Hospital de Dia do Hospital de São Francisco Xavier e da faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa.