Lusíadas Saúde analisa "opções para a cessação" das convenções com a ADSE

Este é o quarto grupo privado de saúde a admitir o fim das relações com o subsistema de saúde dos funcionários públicos. Luz Saúde e Mello Saúde já anunciaram a suspensão das convenções a partir de meados de Abril.

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Miguel Manso

O Conselho de Administração do Grupo Lusíadas Saúde "está a analisar opções para a cessação das actuais convenções existentes com a ADSE", adianta o grupo privado num comunicado enviado esta quarta-feira.

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O Conselho de Administração do Grupo Lusíadas Saúde "está a analisar opções para a cessação das actuais convenções existentes com a ADSE", adianta o grupo privado num comunicado enviado esta quarta-feira.

É o quarto grupo de saúde a admitir o fim das relações com o subsistema de saúde dos funcionários públicos, depois dos grupos Mello Saúde e Luz Saúde terem anunciado a suspensão das convenções a partir de meados de Abril e o grupo Hospital Privado do Algarve ter confirmado ao PÚBLICO a “intenção de efectivar a denúncia” do acordo de convenção com a ADSE.

Em comunicado, o Grupo Lusíadas Saúde afirma que está a analisar esta situação "por considerar que o imperativo de garantia de qualidade e segurança clínica dos seus clientes (beneficiários desse subsistema público) poderá vir a ser sistemicamente afectado com as regras e procedimentos actualmente vigentes".

"Oportunamente, e após a necessária análise do conteúdo contratual das convenções em vigor, comunicaremos às partes os procedimentos operacionais relevantes, em especial quanto aos prazos da cessação das convenções e consequente cessação da marcação de actos em regime convencionado", lê-se no comunicado.

Em causa, afirma a instituição privada, estão dois pontos. Um é a "regularização dos preços dos actos médicos a posteriori (mais de dois anos depois nos casos actuais em discussão) por parte da ADSE, sem ter em linha de conta o tratamento e actos prestados a cada cliente, de acordo com as suas necessidades específicas, e sem que o Grupo Lusíadas Saúde possa ter conhecimento dos elementos comparadores que pudessem justificar tal redução".

O outro está relacionado com a "existência de uma tabela de preços desajustada da realidade actual". O grupo afirma que são "valores incompatíveis com os padrões de segurança e qualidade" com a linha de prestação de cuidados que efectuam.

Disponíveis para negociar

Tal como os restantes grupo privados, também este garante que continuará a assegurar o acompanhamento dos beneficiários da ADSE, "assim como criará uma tabela própria para que os mesmos beneficiários possam aceder" aos hospitais do grupo, "podendo posteriormente pedir o reembolso à ADSE em regime livre".

Apesar da posição, há margem para o reatar das negociações, com a instituição a afirmar que continua a manter-se "totalmente disponível para a construção de soluções de parceria que garantam um compromisso justo, equilibrado, seguro, previsível e sustentável para todos os intervenientes".