Um ano depois, a série de Ivo Ferreira mostra o primeiro episódio em Berlim
Edgar Medina, produtor, co-argumentista e co-autor da série Sul, acredita que esta é uma série que pode ser vista um pouco por todo o mundo.
Não foi só no cinema que Portugal deu cartas na Berlinale 2019 – para lá do interesse despertado pelos filmes presentes (a curta de Jorge Jácome Past Perfect tem sido muito notada, e A Portuguesa de Rita Azevedo Gomes gerou também muito interesse junto da imprensa), houve também uma presença pioneira na área televisiva.
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Não foi só no cinema que Portugal deu cartas na Berlinale 2019 – para lá do interesse despertado pelos filmes presentes (a curta de Jorge Jácome Past Perfect tem sido muito notada, e A Portuguesa de Rita Azevedo Gomes gerou também muito interesse junto da imprensa), houve também uma presença pioneira na área televisiva.
Na Berlinale Series Days, iniciativa paralela ao Mercado Europeu do Filme explicitamente dedicada à produção de ficção serial para televisão, mostrou-se o primeiro episódio da série portuguesa Sul, precisamente um ano depois da presença no mercado de co-produção a fazer a pré-apresentação da série. Edgar Medina, produtor, co-argumentista e co-autor da série realizada por Ivo Ferreira (Cartas da Guerra), considera-se orgulhoso do resultado: “Acredito que é uma série que pode ser vista um pouco por todo o mundo.” Para Medina, “produzimos com inteira liberdade uma narrativa que tem lugar em Lisboa num período importante da nossa vida comum, a recente crise financeira e a intervenção da troika. Sul é o resultado de um processo muito genuíno e acho que isso se sente; é o não andarmos a apostar na internacionalização que torna a série internacionalizável”.
Medina sublinha que a procura de conteúdos tem sido benéfica para a produção televisiva europeia – basta recordar os êxitos internacionais de A Casa de Papel ou Borgen, “há agora espaço para que séries produzidas em países pouco comuns passem a ser vistas em todo o mundo, e possibilidades de co-produção e distribuição internacional”. É, para o produtor, “uma oportunidade que não podemos desperdiçar se quisermos continuar a fazer coisas boas, com condições”. Para já, no entanto, “é ainda cedo para se falar de resultados,” diz Medina. “Há contactos estabelecidos, boas reacções de vários operadores, mas a internacionalização da série é um processo que se inicia agora.”