Chega de André Ventura e Democracia 21 querem concorrer juntos às europeias
Moldes do acordo ainda não são conhecidos. Sofia Afonso Ferreira deverá estar num lugar "elegível" na hipotética lista conjunta.
O Chega e o Democracia 21 (D21), dois movimentos ainda não formalmente reconhecidos como partidos políticos, chegaram a acordo para formar uma coligação para as eleições europeias de 26 de Maio, avança a Visão. Em declarações à revista, os líderes das duas formações — André Ventura e Sofia Afonso Ferreira, respectivamente — confirmam a parceria.
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O Chega e o Democracia 21 (D21), dois movimentos ainda não formalmente reconhecidos como partidos políticos, chegaram a acordo para formar uma coligação para as eleições europeias de 26 de Maio, avança a Visão. Em declarações à revista, os líderes das duas formações — André Ventura e Sofia Afonso Ferreira, respectivamente — confirmam a parceria.
Sofia Afonso Ferreira, estará entre os três primeiros nomes da eventual lista conjunta, num lugar "elegível", segundo disse Ventura à Visão. A presença do ex-candidato do PSD à câmara de Loures permanece contudo em aberto, podendo o comentador da CMTV optar antes por aguardar pelas legislativas de Outubro.
Os moldes deste acordo também estão por definir, e dependerão sobretudo do processo de recolha de assinaturas dos dinamizadores do D21. Enquanto o Chega já entregou as 7500 assinaturas necessárias ao Tribunal Constitucional, o movimento de Sofia Afonso Ferreira ainda não o fez. Se os dois partidos forem legalizados, deverão avançar para as europeias em coligação. Caso o D21 falhe a legalização a tempo da campanha, os seus membros poderão integrar directamente a lista do partido de Ventura.
Liberais, nacionalistas e conservadores
O Chega assume-se como um projecto político "liberal a nível económico, nacionalista e conservador". O seu fundador diz rejeitar "toda e qualquer forma de racismo" mas afirma que isso não impedirá o movimento de "denunciar e apontar o dedo à escumalha que tem vindo a atacar polícias, pessoas indefesas e a provocar o caos nos subúrbios de Lisboa".
O comentador desportivo afecto ao Benfica que gerou polémica pelas afirmações — por muitos consideradas racistas — que fez quando foi candidato do PSD à câmara de Loures espera agora que o TC reconheça o Chega como partido político, apesar de o próprio afirmar que o movimento "tem propostas que vão contra a actual Constituição".
"Por exemplo, propomos que haja 100 deputados, o que é contrário à actual moldura constitucional, que propõe um mínimo de 180. Também defendemos a prisão perpétua para homicídio qualificado, terrorismo, reincidência em caso de violação, o que também é contra o espírito da Constituição", dizia André Ventura ao PÚBLICO no início do ano, acrescentando que "apesar de o partido ter ideias contra esta Constituição, é um partido de natureza democrática".
Por sua vez, Sofia Afonso Ferreira tem apresentado a Democracia 21 como um movimento "liberal de direita", tendo afirmado ao PÚBLICO ver com bons olhos a criação de uma “geringonça de direita” pelo emagrecimento do Estado e a descida da carga fiscal. No campo comunitário, defende uma Europa a duas velocidades. Apresenta ainda como bandeiras “a luta contra a corrupção e a requalificação social e económica do interior do país”.