Ministra da Cultura sueca acusada de apropriação cultural por usar rastas

Amanda Lind, ministra da Cultura e Democracia da Suécia diz que respeita quem a critica mas não vai mudar de penteado.

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Amanda Lind na cerimónia de abertura do campeonato do mundo de ski em Are, Suécia, na semana passada Reuters

A nova ministra da Cultura e da Democracia da Suécia, Amanda Lind, de 38 anos, líder do Os Verdes, está a ser criticada por usar rastas - foi acusada de apropriação cultural. 

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A nova ministra da Cultura e da Democracia da Suécia, Amanda Lind, de 38 anos, líder do Os Verdes, está a ser criticada por usar rastas - foi acusada de apropriação cultural. 

A polémica começou quando foi partilhada a fotografia oficial do governo composto por uma aliança política nunca tentada no país: junta a esquerda e a direita, uma solução encontrada para evitar a entrada da extrema-direita no governo. Entre os 23 ministros, 11 são mulheres.

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www.government.se

As atenções recaíram rapidamente sobre Amanda Lind. Rebecca Weidmo Uvell, política de direita, escreveu no Twitter: “Como ministra, não te representas a ti, mas à Suécia. Sobretudo num contexto internacional. E eu não acho que se deva usar tal penteado”.

A ministra foi acusada também de apropriação cultural por Nisrit Ghebil, artista negro, que, no jornal Aftonbladet, afirmou que uma mulher branca, principalmente numa posição de poder, “não deve usar um penteado afro-americano”, especialmente quando negros jovens, nos Estados Unidos, continuam a ser expulsos das escolas por usarem rastas.

Numa rádio sueca, Amanda Lind justificou-se. Considera que a apropriação cultural é um “tema de discussão importante”, mas que não pretende mudar de penteado pois, explicou, respeita toda a gente. Disse que usa o mesmo penteado há 20 anos e explicou que quer continuar "a mostrar respeito, mesmo para com aqueles que acham que é um erro" uma pessoa não africana usar rastas.

Segundo o jornal francês Le Monde, Amanda Lind já foi criticada por homenagear ex-ministros do seu partido, nomeadamente Mehmet Kaplan, responsável pela pasta da habitação e desenvolvimento urbano, que foi forçado a demitir-se em 2016 depois de comparar israelitas a nazis e de ter aparecido ao lado de ultranacionalistas turcos. A ministra admitiu já ter fumado cannabis, um crime considerado grave na Suécia. Contudo, as críticas são mais veementes quando o cabelo é assunto.

Em Janeiro, o Parlamento sueco concedeu mais um mandato de primeiro-ministro ao social-democrata Stefan Lofven, depois de quatro meses de negociações e impasses após as eleições de Setembro. Lofven formou governo com um acordo histórico com o Partido Popular Liberal (centro-direita), com os Verdes (centro-esquerda) e com o Partido do Centro (centro direita). Nas eleições de Setembro, a extrema-direita teve 18% dos votos e elegeu 62 deputados.