Os Grammys são este domingo. E a notícia são os ausentes
A ausência de Kendrick Lamar, Drake e Childish Gambino, a juntar à retirada de Ariana Grande da gala, poderão ser a constatação da crise de relevância dos prémios, que serão entregues este domingo à noite, em Los Angeles.
Nem Ariana Grande, nem Drake ou Kendrick Lamar, nem tão pouco Childish Gambino, actuarão nesta noite de domingo na 61ª edição dos Grammy, os mais populares galardões da indústria da música americana, que se celebram em Los Angeles. Haverá actuações de Miley Cyrus, Lady Gaga (com ou sem Bradley Cooper, não se sabe), Cardi B e Post Malone com os Red Hot Chili Peppers, mas ainda não se sabia até há poucos dias se iriam estar presentes alguns dos principais favoritos a levar os prémios para casa. As razões são variadas. Mas de uma forma geral parece estar em causa o próprio prestígio da cerimónia.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Nem Ariana Grande, nem Drake ou Kendrick Lamar, nem tão pouco Childish Gambino, actuarão nesta noite de domingo na 61ª edição dos Grammy, os mais populares galardões da indústria da música americana, que se celebram em Los Angeles. Haverá actuações de Miley Cyrus, Lady Gaga (com ou sem Bradley Cooper, não se sabe), Cardi B e Post Malone com os Red Hot Chili Peppers, mas ainda não se sabia até há poucos dias se iriam estar presentes alguns dos principais favoritos a levar os prémios para casa. As razões são variadas. Mas de uma forma geral parece estar em causa o próprio prestígio da cerimónia.
No caso da Ariana Grande, existiu um desencontro com a organização, tendo a cantora cancelado a sua participação devido a desentendimentos com a produção. Segundo a revista Variety, a cantora ter-se-á sentido insultada depois dos produtores da gala terem recusado que cantasse 7 rings, o seu sucesso mais recente. Ken Ehrlich, responsável pelo espectáculo, comunicou que teria havido problemas de montagem, e Ariana Grande ripostou pelas redes sociais que não era verdade, argumentando que a sua criatividade e forma de expressão haviam sido postas em causa, tendo sido esse o motivo que a levou à desistência. Já Drake, Lamar e Gambino, simplesmente declinaram os convites que lhes foram endereçados para actuarem na cerimónia. E também não é certo que venham a estar presentes, caso venham a ganhar algumas das categorias para as quais se encontram nomeados.
O New York Times, por exemplo, fala de crise de relevância e credibilidade dos prémios, apesar de terem sido adicionados 900 novos membros à Academia, no sentido de incrementar a diversidade, e de as principais categorias (álbum do ano, gravação do ano, canção do ano e melhor artista jovem) terem aumentado o numero de nomeados de cinco para nove, permanecendo as restantes 80 categorias com as cinco nomeações tradicionais. “A modificação reflecte mais de perto o grande número de candidatos [possíveis] nessas categorias, e permitirá uma maior flexibilidade na votação para os melhores do ano”, disse a instituição, na altura em que foi comunicada a alteração.
A apresentadora escolhida para este ano foi a cantora Alicia Keys, mulher, afro-americana e feminista, naquilo que pode ser lido por alguns sectores como mais uma tentativa de agradar aos criticam os Grammy por questões de representatividade das mulheres e dos afro-americanos - recorde-se que, o ano passado, existiram muitas criticas pelo facto de apenas 17 dos 86 vencedores terem sido mulheres. Mas não parece ser só isso. A verdade é que a maior parte dos artistas nomeados tem hoje outros escaparates mais aliciantes, mais directos e com maior impacto, para comunicar a sua música aos potenciais consumidores.
Kendrick Lamar, com oito nomeações, e Drake, com sete, competem nas três categorias principais: Álbum do Ano, Gravação do Ano e Canção do Ano. Por sua vez Childish Gambino está nomeado em cinco categorias, entre elas a Canção e Gravação do ano. Os três são nomes relevantes da cultura hip-hop, um género que tem sido sistematicamente marginalizado dos prémios mais relevantes, apesar do predomínio comercial nos últimos anos, em particular no mercado americano. Recorde-se que, o ano passado, o grande vencedor foi Bruno Mars, desiludindo quem apostava na consagração de Kendrick Lamar
Quem também não estará presente será Taylor Swift, que está em Londres a rodar a adaptação musical de Cats de Andrew Lloyd Webber, mas poderá ser vista Brandi Carlile, a grande surpresa desta edição, com seis nomeações, ou Janelle Monáe e a veterana Diana Ross. Nas principais categorias não existem favoritos muito certeiros, embora não constituísse surpresa se Kacey Musgraves vencesse em Álbum do Ano com Golden Hour, embora Cardi B, Janelle Monáe, H.E.R. ou Post Malone também tenham boas hipóteses, ou se Lady Gaga e Bradley Cooper levassem o galardão de Canção do Ano com Shallow.