Família real tailandesa entra na disputa política e baralha as contas aos militares no poder
Ubolratana Mahidol, irmã do rei da Tailândia, vai candidatar-se a primeira-ministra contra o actual governante, o general Prayuth Chan-ocha. Pela primeira vez, a família real envolve-se numas eleições.
Pela primeira vez, um membro da família real tailandesa vai entrar nas eleições do país, desafiando a Junta Militar no poder. A princesa Ubolratana Mahidol, de 67 anos, irmã do rei Maha Vajiralongkorn, vai ser candidata ao cargo de primeira-ministra.
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Pela primeira vez, um membro da família real tailandesa vai entrar nas eleições do país, desafiando a Junta Militar no poder. A princesa Ubolratana Mahidol, de 67 anos, irmã do rei Maha Vajiralongkorn, vai ser candidata ao cargo de primeira-ministra.
A decisão de Mahidol quebra com a tradição da família real em manter-se afastada das disputas políticas. A princesa é a candidata do partido Thai Raksa Chart nas eleições marcadas para 24 de Março.
O Thai Raksa Chart é o partido ligado à polémica família Shinawatra, que dominou a política tailandesa antes do golpe militar que pôs na chefia do governo o general Prayuth Chan-ocha, em 2014.
Prayuth chefiou o golpe de Estado de há cinco anos que derrubou o Governo de Yingluck Shinawatra, irmã do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, acusado de corrupção e auto-exilado.
Thaksin Shinawatra era próximo do rei Maha Vajiralongkorn, que ascendeu ao trono em Outubro de 2016, depois da morte do seu pai, o rei Bhumibol Adulyadej. Muitos analistas consideraram que, no período em que em Yingluck Shinawatra chefiou o governo, foi de facto o seu irmão quem conduziu o país, a partir do estrangeiro.
As eleições marcadas para Março (que já deviam ter sido realizadas, foram adiadas pelos militares) são vistas com um confronto entre os militares leais a Prayuth, e os aliados dos Shinawatra, onde se inclui a princesa.
A família real tailandesa é idolatrada. A decisão sem precedentes da irmã do rei veio baralhar o panorama político e desferir um golpe potencialmente fatal na estratégia de Prayuth e dos militares, que procuram legitimar o seu poder através de eleições.